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Quarta-feira, Dezembro 18, 2024

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Alentejo sem emprego e com a perda de 8 pessoas por dia. Distrito de Portalegre, um dos mais problemáticos (c/som)

A escassez populacional com a perda de habitantes, a redução de postos de trabalhos e o número diminuto de nascimentos, esta na base da conferência sobre o “Despovoamento no Interior”, promovida pela Associação Alentejo de Excelência.

Em entrevista à Rádio Campanário, o presidente da associação, Henrique Sim Sim declara que “é um tema que tem vindo a ser falado mas está a chegar um momento em que não podemos continuar a assistir e a falar e a situação a manter-se e a agravar-se, os números cada vez são mais dramáticos, nós temos uma estimativa em que o Alentejo está a perder cerca de 8 pessoas por dia nos últimos anos, e a Associação Alentejo de Excelência entendeu que tinha que pôr o tema na agenda politica, na agenda da sociedade e tentar de alguma forma contribuir para chamar a atenção e ter algumas ideias”.

Henrique Sim Sim refere que existe uma preocupação constante porque “assistimos diariamente a esta questão das empresas quererem vir para o Alentejo e depois não terem pessoas para trabalhar (…) e é necessário fazer algo”.

Questionado sobre soluções, o presidente da Associação Alentejo de Excelência, assinalou que não existe “a pretensão de ter propostas milagrosas, existe um ciclo vicioso, em que o despovoamento leva a que determinadas empresas não tenham consumidores (…) vão definhando, um ciclo vicioso que é importante quebrar, tentamos chamar a atenção para o tema, vamos trazer alguns especialistas que têm estudado e experimentado algumas soluções para apresentarem as suas ideias (…) mas em termos concretos, precisamos de emprego qualificado, de marketing territorial, o território Alentejo é fantástico com imensas potencialidades e isso tem que ser comunicado e valorizado e temos que conseguir atrair pessoas, ter empregos qualificados para que as pessoas fiquem no território, não podemos estar a formar jovens e não ter empregos para os jovens”.

Sobre os distritos mais problemáticos, Henrique Sim Sim diz que os mais gravosos são o distrito de Portalegre e de Beja, justificando com o facto de Beja ter “cerca de 17 mil pessoas e depois temos Elvas e Portalegre com este número de pessoas, pequenas cidades, e nota-se que têm vindo a perder população”, acrescentando ainda, “o concelho de Mértola onde a população é de “cinco pessoas por Km2, é uma coisa assustadora (…) é importante os agentes pensarem nisto e fazerem qualquer coisa, não podemos continuar sem fazer nada”.

Por outro lado, Sines, Évora, Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Viana do Alentejo são os concelhos que nos últimos tempos “têm vindo a registar um crescimento ligeiro”.

Henrique Sim Sim salienta que “Évora é um caso concreto que vai crescendo à custa de outros territórios e isso é uma tendência no documento Territórios de Baixa Densidade, uma tendência em que os aglomerados urbanos vão secando em volta e o território está ficando despovoado, vão ficando como pequenas ilhas de aglomerados, e isso leva a um problema concreto da vida do mundo rural, a desertificação que pode vir a acontecer”.

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