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Alqueva: Relatório sobre as consequências da agricultura intensiva prevê uma “Saharização” do Alentejo

Foto: DANIEL ROCHA | Público

A Assembleia Municipal de Beja avançou com uma iniciativa que ordenou a elaboração do relatório “Reflexões sobre a Intensificação da Agricultura – Perspectivas e Impactos” sobre o impacto do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) na região.

Segundo a análise do jornal Público, que teve acesso aos resultados do relatório, as conclusões são pouco animadoras, sendo que dentro dos impactos expostos pelas culturas intensivas no solo, menciona-se uma “Saharização” (desertificação) da região Alentejo.

Este estudo, que envolveu científicos e organizações regionais do Alentejo, frisa que o impacto da albufeira do Alqueva é inegável, mas que traz custos ambientais ao solo da região, por sustentar monoculturas superintensivas.

Segundo o correspondente do Público em Beja, Carlos Dias, que teve acesso aos resultados do relatório, a mudança na região surgiu com os recentes investimentos em olivais e amendoais intensivos e superintensivos por parte de empresários espanhóis.

Carlos Dias, exemplificou que uma cultura de oliveiras em regime superintensivo consegue atingir a plantação de 2.000 árvores por hectare. Tal plantação intensiva tem vindo a transformar a planície alentejana com um “mar” de monoculturas com claros impactos paisagísticos.

Outra consequência apontada pelo correspondente, são os processos de desinfeção massivos por prevenção de pragas, que “chegam à casa das pessoas”.

Os resultados mais preocupantes do relatório prendem-se na desertificação de zonas da região Alentejo, por “exaustão de nutrientes do solo”, num prazo de 20 a 25 anos. Segundo refere Carlos Dias, a exigência de nutrientes do solo nas culturas superintensivas é compensada com fertilizantes químicos, devido à incapacidade de recuperação das terras.

Estes indicadores, aliados à ausências de compras de novos terrenos na região, indiciam consequências previstas no prazo de 20 a 25 anos para a “saharização” da região Alentejo, segundo o correspondente do Público, Carlos Dias.

 

(Fonte: Público)

 

 

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