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Assembleia Municipal de Moura chumba orçamento da câmara para 2022

A Assembleia Municipal de Moura chumbou a proposta de orçamento para 2022 da câmara liderada pelo PS, que diz estar disponível para negociar e apresentar novo documento, disse hoje à agência Lusa o presidente do município.

“Estamos [gestão PS] preparados para tudo. Estamos preparados para ouvir as oposições, se quiserem conversar sobre um novo orçamento, e estamos também preparadíssimos para trabalhar com um orçamento igual ao que foi aprovado para este ano”, afirmou o socialista Álvaro Azedo, presidente da Câmara de Moura, no distrito de Beja.

As propostas das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2022-2026 e do orçamento para 2022, que era de 35.450.117 euros, foram chumbadas na quarta-feira pela assembleia municipal, com os votos contra dos oito deputados da CDU e seis do Chega e a favor dos 12 deputados do PS e de um independente.

Os documentos tinham sido aprovados pela câmara, no dia 15 deste mês, com votos a favor dos três eleitos da gestão PS (um deles o presidente, que usou o voto de qualidade), contra dos três da CDU e a abstenção da vereadora que foi eleita pelo Chega, mas passou a independente.

“Temos condições para absorver propostas, mas não nos esqueçamos que o exercício municipal para 2022 é muito exigente, porque temos muitos projetos que migram do anterior mandato, e a grande maioria cabe perfeitamente nas visões dos outros partidos”, frisou, referindo que a CDU e o Chega “só não aprovaram o orçamento porque não quiseram”.

Álvaro Azedo alertou que, sem um orçamento aprovado para 2022 e tendo de governar em duodécimos com o que vigorou este ano, alguns dos investimentos previstos e sem empreitadas lançadas ficam “comprometidos”.

O autarca considerou “uma irresponsabilidade” a CDU ter votado contra o orçamento “com base no argumento da descentralização de competências” e porque a câmara decidiu aceitar já em fevereiro competências na área da educação.

“Mas podemos ainda juntar o ressabiamento da derrota nas eleições e de a CDU achar que, mesmo tendo perdido as eleições, deve ser ela a gerir os destinos do concelho e não é assim”, afirmou.

Álvaro Azedo disse que, ao abrigo da lei do direito da oposição, a gestão PS criou uma equipa que ouviu representantes dos eleitos pela CDU, pelo Chega e por movimentos independentes na Câmara e na Assembleia Municipal e o Chega “não apresentou uma única proposta”.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o líder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Moura, João Diniz, acusou CDU e Chega de não terem apresentando “qualquer estratégia percetível” e de terem optado por uma “aliança” para “comprometer o futuro do concelho”.

Também em comunicado enviado à Lusa, os eleitos da CDU na Câmara e na Assembleia Municipal de Moura justificaram o voto contra o orçamento e GOP alegando que “a pouca ambição destes documentos” iria “conduzir o concelho a um cenário desastroso”.

“A não justificação de um défice de oito milhões de euros e a antecipação do processo de transferências de encargos são linhas vermelhas que a CDU não ultrapassará”, avisaram os comunistas.

A CDU aludiu ainda que “a incapacidade de escutar os outros” e as faltas “de projeto e estratégia” do executivo PS “não se alteraram” após as últimas autárquicas.

A CDU mostrou-se “disponível para dialogar e viabilizar orçamentos e planos consistentes que contribuam para a melhoria de vida no concelho”.

 A Lusa tentou, sem sucesso, contactar representantes do Chega, para obter esclarecimentos sobre esta matéria.

C/Lusa

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