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Autoridades inovam na luta contra a invasão do nenúfar mexicano no Guadiana

Tal como noticiámos em 2017, a Confederação Hidrográfica do Guadiana (CHG), entidade gestora da bacia do Guadiana, em território espanhol, estava a levar a cabo uma experiência piloto para a erradicação do nenúfar mexicano.

Quatro anos depois, a proliferação do nenúfar mexicano,  uma espécie nativa do México e do Sul dos EUA, com grandes folhas verdes e que flutuam à superfície da água – ainda persiste e aumentou para níveis preocupantes. Apesar de não ser tóxica nem venenosa, provoca alterações profundas nos ecossistemas aquáticos e ameaça habitats e espécies.

Este facto levou a que a Junta da Estremadura espanhola proceda à instalação, esta semana, de mantas de material vegetal para impedir a propagação. As mantas serão colocadas em Badajoz, perto do limite de fronteira entre Portugal e Espanha, na zona do açude de Granadilla, numa área de 1.600 metros quadrados.

A notícia é avançada pelo “La Cronica de Badajoz”  e refere que o uso destas mantas de material vegetal contra o nenúfar mexicano do Guadiana são um teste, após comprovada a sua eficácia contra outras espécies.

As mantas – usadas de modo inédito contra os nenúfares mexicanos na Europa – são feitas de materiais vegetais como coco e ráfia e que impede a planta de receber luz solar, não realizando assim a fotossíntese e não crescendo, acabando por apodrecer.

Mantas feitas de outros materiais serão também usadas para comprovar a eficácia de novas matérias.

Tal como haviamos noticiado em 2017, num período de oito anos, a planta aumentou a sua ocupação de 3 hectares, para os 30 hectares. Ao longo desse tempo, foram realizadas várias tentativas de terminar com a expansão desta planta invasora, com medidas que passaram por tentar arranca-la, contê-la ou tapá-la.

Com recurso ao herbicida glifosato, a experiência está a ser levada a cabo em 10 000 metros quadrados, do troço de água que atravessa Badajoz.

A utilização de glifosato em espaços públicos, encontra-se proibida em Portugal e em vários outros países, pelas suas propriedades cancerígenas, comprovadas em animais de laboratório. O seu uso é, contudo, ainda permitido na agricultura.  

A CHG alega ter aplicado o produto diretamente nas folhas do nenúfar, realizando posteriores análises á agua, que não acusaram contaminação por glifosato, nem pelo seu metabólico ácido aminometilfosfônico.

A lei espanhola não proíbe a utilização do químico, sendo que é considerado pelo Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade espanhol, como não-tóxico.

O rótulo do produto, contudo, adverte para a sua utilização em cursos de água, tendo sido declarado em 2015, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como cancerígeno tipo 2A, havendo estudos de laboratório que provam as suas propriedades cancerígenas para animais, e potencialmente, para seres humanos.

Com: Tribuna Alentejo

 

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