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Auxílio aos jovens feridos no incêndio de Estremoz sob investigação

Os seis jovens que foram vítimas do incêndio que deflagrou na zona de São Bento do Cortiço, em Estremoz, no passado dia 4 de agosto, encontravam-se a passar férias na casa de família de um deles, no Monte do Serradinho. Segundo a reconstituição feita por um familiar dos jovens, em declarações ao Observador, um deles pediu ajuda ao 112, mas o operador só lhes terá desejado “boa sorte”. Contudo, a direção nacional da PSP emitiu um comunicado sobre a assistência prestada ao grupo, onde garante que operador do Centro Operacional Sul (COSUL) 112 reagiu “com diligência” perante o perigo que foi reportado. A campanário sabe que o caso será alvo de auditoria interna, para que se averigue o que de facto aconteceu.

Segundo Ana Marques, citada pelo jornal Observador, o operador que recebeu a chamada terá respondido aos jovens que não sabia onde ficava o Monte do Serradinho “e que, sendo assim, não podiam enviar ninguém”, tenho lhes desejado “boa sorte” e desligado a chamada em seguida.

Porém, o comunicado da PSP relata que: às 18h44, foi recebida uma chamada no COSUL 112, feito por um jovem que relatava um incêndio que já teria atingido a casa onde se encontrava com os amigos, pelo que, “apercebendo-se da gravidade da situação e do risco que os jovens corriam, procurou determinar a sua localização e do incêndio, para efeito de reencaminhamento da ocorrência para as entidades competentes, sendo que já anteriormente tinham sido acionados meios para um incêndio, na mesma zona”.

Além disso, o comunicado da autoridade de segurança diz ainda que o operador “manteve a ligação com o jovem durante cerca de 8 minutos”, isto “enquanto diligenciava pela localização” do grupo. Contudo, os jovens terão resolvido fugir pelos seus próprios meios, dois veículos particulares, segundo a versão da familiar citada pelo Observador. Momento em que um dos carros se terá incendiado, gerando o pânico dos seis, duas raparigas de 20 e 25 anos e quatro rapazes com intervalos de idades idênticos, tendo os mesmos resolvido fugir a pé.

Movidos pelo pânico, o grupo de seis jovens separou-se em três grupos de duas pessoas: um desses grupos seguiu por um caminho por onde o fumo não permitia ver nada, mas apesar de se terem perdido conseguiram chegar a pé ao centro de saúde mais próximo, ajudados por um veículo que os encontrou ao chegarem à estrada de asfalto. Os outros quatro seguiram pelo caminho inverso. Por esta altura “cada um pensava que os outros tinham morrido”, relata a familiar de um dos jovens.

Entretanto, o fogo avançou mesmo e engoliu os dois automóveis consumindo tudo menos a carcaça dos carros. Quando os bombeiros lá chegaram nem sequer sabiam que aquele incêndio, alegadamente deflagrado por um curto-circuito, já tinha feito seis feridos, dois deles, as duas raparigas, em estado grave.

O comunicado da PSP relata que posteriormente, cerca das 18h56, “foi recebida uma chamada de um familiar dos jovens, o qual informou o local exato onde estariam inicialmente e de onde tinham saído em fuga ao incêndio, informação adicional que foi remetida às entidades competentes”. Por outro lado, a PSP sublinha ainda que “a georreferenciação de chamadas móveis, apenas é possível em relação à antena acionada pelo equipamento móvel, o que pode compreender uma área muito extensa, importando, para o acionamento eficaz dos meios de socorro, ter referências que possibilitem o seu adequado direcionamento pelas entidades competentes”. 

Perante os dados disponíveis, a PSP considera que operador do COSUL 112 “procedeu com diligência, procurando manter a ligação telefónica com o jovem, por forma a obter dados de localização para a remessa de dados e acionamento dos meios de socorro, só terminando a chamada quando foi garantido o transporte dos jovens para fora da zona de risco”.

Nesta segunda-feira, duas jovens de 20 e 25 anos continuavam internadas em hospitais de Lisboa numa situação clínica “grave”, divulgou a administração de saúde. E outro estava internado em Coimbra com queimaduras de segundo grau em cerca de 30% da superfície corporal, mas em estado estável, noticiou a Lusa.

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