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Terça-feira, Abril 16, 2024

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Beja é dos distritos mais afetados com falta de professores

O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) efetuou um levantamento, junto dos agrupamentos de escolas do Alentejo e Algarve, sobre os horários em falta, constatando que a 17 de novembro de 2021 ainda havia 61 horários por preencher, no momento em que já foram publicadas 11 reservas de recrutamento e foram publicitadas milhares de horas para contratação de escola, conforme avançou o jornal A Planície.

Exceção à regra parece ser o Agrupamento de Escolas de Moura, que tem atualmente os horários preenchidos, apesar deter tido algumas dificuldades.

“Neste momento, só não conseguimos ainda colocação de um professor de Educação Especial, de resto temos tudo. É verdade que tivemos alguma dificuldade em colocar o professor de matemática e de Informática, mas neste momento está tudo colocado”, adiantou o presidente do Agrupamento, Rui Oliveira à Planície.

Sobre o facto de o Agrupamento ter conseguido a colocação dos professores, disse também que “é uma questão de tempo” ficar em dificuldades de preencher os horários, “porque já se nota” e “ainda por cima dizem que nos próximos 6 anos se vão reformar 40% dos professores. É uma questão de tempo”.

O presidente do Sindicato, Manuel Nobre avançou à Planície que “esta é uma situação, que se vem arrastando e agravando ao longo dos anos. O número de horários com professores em falta, tem vindo a aumentar gradualmente ano após ano”.

E adianta que “chegámos ao final do 1º período, com muitos professores em falta, uma vez que, as medidas políticas deste governo e dos seus antecessores, levam a que haja um afastamento dos jovens da carreira docente. Isto é essencialmente claro, aqui no distrito de Beja, com horários incompletos, distâncias muito grandes para se percorrer. Professores que se queiram colocar aqui, na região, em alguns casos a ganhar o salário mínimo, tendo em conta, que se trata de horários incompletos ou até temporários com uma grande sobrecarga de trabalho, leva a esta realidade, que este ano, continuamos ainda, com muitas escolas no distrito, com professores em falta”.

O sindicalista sublinha que “Beja é o 6º distrito a nível nacional, com mais carências. Os horários em falta, continuam semana, após semana, sem professores que os ocupem”, acrescentando que “podemos até dizer, que estamos a recuar, mais de 30 anos, porque as escolas estão a recorrer a uma maior sobrecarga dos docentes, atribuindo horas extraordinárias em cima dos horários já existentes”.

O Sindicato dos Professores da Zona Sul, em comunicado, frisa que “é um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos, estando a tornar-se uma bola de neve, porque as soluções não surgem. Procurando chamar a atenção do Governo e do Ministro da Educação que durante 6 anos ignorou este problema, pela necessidade de medidas concretas que valorizem a profissão e contribuam para a sua atratividade, e de forma a salvaguardar os docentes destas novas e dificilmente suportáveis sobrecargas de trabalho letivo e não letivo o SPZS e a FENPROF vão realizar uma greve, com início hoje, às horas extraordinárias decorrentes desta problemática”.

A maioria dos horários disponíveis no distrito de Beja são temporários e/ou incompletos, o que dificulta a sua ocupação, pois os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês e receber, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo, não lhes permitindo sequer suportar uma renda de casa.

Desde 15/09/2021 até 16/11/2021 estiveram disponíveis na plataforma da Contratação de Escolas 2.914 horas no distrito de Beja, que é o 6º distrito a nível nacional com mais horas a concurso na contratação de escola, tendo apenas 21 agrupamentos de escolas.

In: A Planície

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