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Beja – Empresa escocesa vendeu terreno onde ia instalar unidade do ramo farmacêutico

https://www.jn.pt/

Município de Beja sente-se enganado e quer reverter a venda do terreno à Macfarlan Smith, que prometia investimento de milhões, conta hoje o JN.

Em dezembro de 2013, a Câmara de Beja e a Macfarlan Smith assinaram um memorando de entendimento em que a empresa escocesa comprou ao município um terreno de 18.500 m2 para a instalação de uma unidade agroindustrial do ramo farmacêutico. Falava-se, na altura, de um investimento que rondava os 20 milhões e “o início de um novo ciclo na região”.

Para a implantação da empresa, a autarquia vendeu o terreno por 37 mil euros, mas, agora, a câmara descobriu que a Macfarlan alienou o terreno a terceiros, ao Ambigroup, sem lhe dar conhecimento. O Executivo presidido por Paulo Arsénio sente-se enganado e quer reverter a situação.

Em 2016, a Macfarlan foi pioneira no cultivo e produção da Papoila do Ópio (Papaver Somniferum), nos campos irrigados por Alqueva, mas dois anos depois cessava a atividade em Portugal, não chegando a abrir os caboucos para construir a fábrica de transformação da matéria-prima, que deveria ter começado a laborar em outubro de 2015.

O terreno fica localizado junto ao Aeródromo de Beja e tem anexas umas instalações que pertenceram a uma empresa de produtos químicos, onde a Macfarlan ainda armazenou as papoilas produzidas em Alqueva e que enviava para o Reino Unido, com a Linha Ferroviária do Alentejo a passar a escassos 10/20 metros.

O Memorando previa que, volvidos oito anos sem que o projeto se desenvolvesse, as duas partes o reavaliassem. A autarquia notificou, então, a empresa, mas não obteve resposta e teve, aí, conhecimento da venda do terreno. O documento inicial não acautelou a reversão do terreno, somente a possibilidade de recompra por parte do município.

Agora, a autarquia tem duas opções, aprovadas pelo executivo: “acordo com o atual proprietário para a reavaliação do imóvel ou a resolução do memorando com as respetivas consequências” para o adquirente.

O Ambigroup, instalado no Parque Ambiental da Amalga, no concelho de Beja, é constituído por diversas empresas que prestam serviços de gestão, tratamento, reciclagem e valorização de resíduos.

Um morador do lugar dos Coitos, em frente ao aeródromo, disse ao JN “ter visto” os ingleses durante algum tempo. Contudo, “desapareceram como chegaram”, acrescentou, frisando ter ouvido que o espaço “foi comprado pelos tipos do lixo da Amalga [Ambigroup].”

O JN questionou a Macfarlan sobre as razões da saída de Beja e a venda do terreno a terceiros e o Ambigroup sobre o destino a dar ao terreno, mas não obteve resposta.

Texto e Foto – https://www.jn.pt/

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