A Câmara de Ourique anunciou esta quarta-feira ter contratado a realização de testes de COVID-19 na escola da vila que fechou após detetada a infeção numa funcionária e devido à alegada falta de respostas das autoridades de saúde.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, o município, do distrito de Beja, refere que contratou ao Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC – Algarve Biomedical Center) a realização dos testes de despiste do vírus da COVID-19 à comunidade do Centro Escolar de Ourique, que fechou na segunda-feira.
Os testes vão começar a ser feitos na quinta-feira aos alunos do jardim-de-infância e do 1.º ciclo do ensino básico do centro escolar, com a devida autorização dos pais e encarregados de educação e para “avaliar a situação e tranquilizar as famílias e toda a comunidade de Ourique”.
“Só depois dos resultados dos testes e da desinfeção dos espaços”, haverá condições para retomar as atividades no Centro Escolar de Ourique, “com maior confiança e segurança, mas com os cuidados básicos do uso da máscara, das distâncias sociais, da etiqueta respiratória e da lavagem/desinfeção frequente das mãos”, frisa o município.
O anúncio da contratação da realização dos testes surge um dia depois de a Câmara de Ourique ter considerado “inaceitável” a autoridade de saúde pública não os ter feito, após ter mandado fechar a escola devido à deteção da infeção pelo vírus da COVID-19 numa funcionária e “com a indicação de que a comunidade educativa seria sujeita a testes de despistagem para a avaliação da situação e adoção de medidas”.
Segundo o município, na segunda-feira, as autoridades de saúde não fizeram os testes que “tinham ficado subjacentes ao encerramento preventivo do estabelecimento escolar, surgiram informações difusas sobre a não eventual realização da operação de despistagem e a intenção de reabrir a escola sem iniciativas complementares”.
O Centro Escolar de Ourique “é da responsabilidade logística do município e a parte pedagógica tem outros responsáveis, mas, em momento algum, a câmara foi informada pelas autoridades de saúde regionais da intenção de não realizar testes e reabrir a escola nesse contexto”, frisa a autarquia.
“Com conhecimento por via indireta das intenções regionais”, o município refere que insistiu “na obtenção de informações sobre os testes e a situação” e, “sem respostas de quem de direito, das autoridades de saúde regionais”, tomou uma posição pública, na terça-feira, e trabalhou “na concretização da resposta que se impunha: a realização de testes à comunidade” do centro escolar.
A Lusa tentou sem sucesso obter esclarecimentos sobre o assunto junto da presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Conceição Margalha.
Segundo o município, também está infetado com o vírus da COVID-19 o filho da funcionária do centro escolar e que é aluno da Escola dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e Secundária de Ourique.
Por isso, a autoridade de saúde pública colocou em “quarentena preventiva” a turma da escola a que pertence o filho da funcionária.
Em declarações à Lusa no domingo, o presidente da Câmara de Ourique, Marcelo Guerreiro, explicou que os dois casos de infeção foram detetados “na sequência de um episódio hospitalar” ocorrido “no sábado à noite”.
“A funcionária levou o filho ao hospital de Beja e, por isso, foram os dois testados na unidade”, tendo sido divulgado no domingo que “tiveram resultado positivo” para o vírus que provoca a COVID-19, relatou o autarca.
(Fonte: Agência Lusa)