Vai ser realizado um estudo prévio dos efeitos da central fotovoltaica de Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal).
A Aquila Clean Energy EMEA, plataforma de energias renováveis da Aquila Capital na Europa, assinou hoje uma parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) para, através da FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências, proceder ao estudo prévio dos efeitos da central fotovoltaica de Cercal do Alentejo na biodiversidade do território, bem como na qualidade dos solos existentes.
Este compromisso vai permitir complementar o conhecimento do local com uma componente académica e científica independente, adicionando robustez à caraterização efetuada no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental para a área onde vai ser instalada a central, que terá uma capacidade instalada de 275 MW e que, quando entrar em funcionamento, permitirá fornecer energia a 141 mil casas.
No âmbito desta parceria, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, através da FCiências.ID e do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais e do IDL – Instituto Dom Luiz, vai proceder à caraterização da situação de referência de biodiversidade e dos solos na área de construção da central fotovoltaica do Cercal. Isto significa que, através de diversas metodologias de investigação científica, e antes do arranque das obras, vai ser possível caraterizar em detalhe a qualidade do solo, a riqueza específica do local em termos de fauna e flora e também os microclimas locais.
Este estudo será essencial para compreender a situação atual do local, em matéria de biodiversidade e solos e para, posteriormente, apoiar na definição de iniciativas locais com vista à preservação da biodiversidade local e na promoção de práticas agrícolas mais ajustadas ao seu potencial. Assim, garante-se uma compatibilização entre a produção de energia e a manutenção das práticas agrícolas hoje existentes, aliadas à preservação da biodiversidade local e proteção de espécies com interesse de conservação.
Por outro lado, a FCiências.ID já se encontra a implementar um Plano de Monitorização da Temperatura, já aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito das medidas inscritas na DIA. Através da instalação de equipamentos de última geração em termos de monitorização de temperatura, uma equipa de peritos da Ciências ULisboa vai analisar de forma precisa os eventuais impactes da central na temperatura circundante, propondo medidas de mitigação caso estas se revelem necessárias.
Esta iniciativa integra o plano de sustentabilidade da Aquila Clean Energy em Portugal, que contempla um conjunto de ações com vista a maximizar as externalidades positivas dos seus projetos no território, tanto para a comunidade como para a biodiversidade e para o ambiente. A Ciências ULisboa tem uma vasta equipa de especialistas reputados e especializados em cada uma das áreas de atuação (fauna, flora e solos), razão pela qual a Aquila Clean Energy decidiu firmar esta parceria.
Para Manuel Silva, Head of Development & Construction da Aquila Clean Energy em Portugal, “esta parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa traduz a preocupação da Aquila Clean Energy com o respeito pelos territórios, valores naturais e locais e com a sustentabilidade. A construção da central fotovoltaica do Cercal é essencial para atingir as metas que garantam uma transição energética efetiva. Contudo, queremos também assegurar que, além de ajudar a cumprir o objetivo de descarbonização do setor electroprodutor, esta central poderá coexistir com atividades agrícolas, em respeito pela biodiversidade local e sem consequências na temperatura ambiente. A nossa forma de atuar é sempre esta: fomentar parcerias que nos permitam criar uma estratégia de valor partilhado em todos os locais em que nos encontramos”.
Para Luís Carriço, diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, “as colaborações com empresas como a Aquila Clean Energy tornam possível colocar ao serviço da sociedade o melhor conhecimento disponível e a inovação que é desenvolvida na Faculdade de Ciências”.