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Cidade Romana de Ammaia: quando os romanos ocuparam o Alentejo

Cidade Romana de Ammaia revela-se uma valiosa herança de outros tempos, o mais importante vestígio dos romanos que se pode encontrar em pleno Alentejo.

Já ouviu falar da Cidade Romana de Ammaia? Hoje deixamos-lhe toda a informação sobre esta pérola que se encontra no nosso país, em pleno Alentejo.

A localização da Cidade Romana de Ammaia

Situada em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, no concelho de Marvão, mais precisamente em São Salvador de Aramenha, a Cidade Romana de Ammaia representa o mais importante vestígio da sua época, presente na região do norte alentejano.

Cidade Romana de Ammaia

A área central da Cidade Romana de Ammaia é constituída pela Quinta do Deão e pela Tapada da Aramenha, numa área de 25 ha, aproximadamente. A cidade encontra-se numa zona de rara beleza, revelando uma grandeza patrimonial assinalável.

Factos históricos

– A Cidade Romana de Ammaia nasceu no início da nossa Era, depois da administração romana ter decidido fundar uma nova cidade de dimensão média na área da Serra de São Mamede, que funcionava como centro urbano político-administrativo, servindo para gerir eficazmente o território circundante.

– Acredita-se que esta povoação tenha sido fundada nos finais do século I a.C, no principado de Augusto. Ammaia foi elevada a Civitas por volta do ano 44/45 d.C.

– Ammaia obteve o estatuto de Mvnicipivm ainda durante o séc. I d.C. Contudo, apenas existem dados sobre o estatuto no ano de 166 d.C., no reinado de Lúcio Vero.

– No decorrer do século IV d.C., foram renovados alguns monumentos.

– A partir do século V, começou o declínio e o derradeiro colapso do sistema económico romano.

– Deu-se a invasão dos povos germânicos (nomeadamente: Suevos, Vândalos, Alanos), o que levou ao progressivo abandono dos centros urbanos da Lusitânia. Assim, Ammaia entrou em declínio e foi completamente abandonada.

– No último quartel do século IX, os árabes conquistaram a região. O chefe Muladi Ibn Maruán instalou-se na vizinha e estratégica fortaleza de Marvão e defendeu ser o Senhor da “Fortaleza de Ammaia“. Por isso, presume-se que na época a cidade romana já se encontrava totalmente abandonada.

–  Nesta altura, um cataclismo terá soterrado a parte baixa da malha urbana da cidade, contribuindo assim para a conservar ao longo dos séculos. A partir do século IX, desaparecem as referências à cidade, enquanto urbe habitada. As pedras da cidade terão servido para construir outros lugares e monumentos.

– Nos séculos V e IX, as ruínas da cidade terão sofrido os efeitos de um cataclismo que terá soterrado a parte baixa da malha urbana. Só desta forma ficou conservada uma das poucas cidades do império romano, provavelmente por efeitos naturais e, ao longo da história, por não terem sido desenvolvidas outras urbanizações na zona.

– Em 1949, as suas ruínas foram classificadas como Monumento Nacional.

– Abandono: as ruínas estiveram abandonadas até finais de 1994.

– Em 1995, começaram as escavações arqueológicas no local.

Escavações

Escavações recentes revelaram dados importantes. Grande parte da área ocupada pelas ruínas da cidade romana encontra-se em terrenos da Fundação Cidade de Ammaia. Esta Fundação tem como objetivo primordial não só o estudo deste importante Monumento Nacional, mas também a sua recuperação e preservação!

A cidade luso-romana de Ammaia chegou a ser pujante no Império Romano. No entanto, nos séculos seguintes, passou incógnita e até soterrada. Ammaia nem sempre teve o seu lugar devidamente marcado no mapa.

Hoje, só tem um espaço de destaque devido à evolução da arqueologia portuguesa. Os trabalhos arqueológicos de campo e as escavações que têm decorrido em Ammaia, de um modo contínuo, foram organizados pela Fundação Cidade de Ammaia. Os trabalhos foram realizados em parceria com universidades portuguesas, nomeadamente de Coimbra e de Évora.

Uma história incrível e com muito ainda por desvendar

Assim, a Cidade Romana de Ammaia é uma cidade perdida no Alentejo, tendo uma história incrível, com muito material para ser estudado. Esta cidade tinha uma localização desconhecida até há pouco tempo, tendo sido destruída por duas vezes por fenómenos desconhecidos.

Foi em 1995 que se iniciaram no local escavações arqueológicas que ajudaram a descobrir um tesouro que sempre esteve no nosso território. Os arqueólogos colocaram a descoberto cerca de 3.000 m2. Estima-se que a área original desta cidade tivesse 20 hectares, aproximadamente.

A cidade vista pelos olhos da ciência

Graças a uma tecnologia recente, foi possível aos arqueólogos dar a conhecer o desenho e a arquitetura de Ammaia, pois com esta tecnologia é possível radiografar toda a área que tem vindo a ser estudada.

Muitos mais dados serão conhecidos com os estudos feitos aos dados recolhidos nos trabalhos de exploração.

O Museu

No local, encontra-se o Museu Monográfico da Cidade Romana de Ammaia, um “museu de sítio”, que permite mostrar a vida quotidiana da população da época, tal como revela quais eram as principais ferramentas locais usadas.

Existem diversos objetos que foram encontrados e inventariados, destacando-se ainda uma das coleções de vidros romanos mais importante da Península Ibérica.

In https://ncultura.pt/

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