Uma equipa de investigadores do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL) descodificou a primeira sequência do genoma do sobreiro, algo que é considerado “é um avanço bastante significativo” na investigação desta árvore, pois, “poderá ser encarado como o alicerce onde, depois, futuras linhas de investigação em sobreiro se vão sustentar”, disse o investigador Marcos ramos do CEBAL.
“Ter esta versão do genoma disponível, por si só, não resolve qualquer tipo de problema do sobreiro”, afirmou o investigador, esclarecendo que este avanço vem, agora, “permitir acelerar a velocidade com que as soluções para a fileira do sobreiro podem ser desenvolvidas”, tais como a “qualidade, sobrevivência, crescimento, resistência às alterações climáticas, pragas e doenças” desta árvore.
É nesse sentido que a mesma equipa de investigadores continuará a trabalhar, objetivando “disponibilizar, ainda durante 2018, uma versão melhor do genoma, com mais qualidade”, bem como um conjunto de resultados “virados para a parte biológica do sobreiro”, focados nos processos de “formação de cortiça e nos mecanismos que determinam a sua qualidade”, algo que se prevê que “fique disponibilizado no Verão de 2018”, disse o investigador.
Em estudo esteve um sobreiro centenário na Herdade dos Leitões, em Ponte de Sor, “com cerca de 120 a 150 anos de idade”, escolhido de “um grupo de 28 árvores, todas elas produtoras de cortiça de qualidade e de forma consistente”, algo importante para “garantir que estamos a trabalhar com um sobreiro puro”, acrescentou.
Além do CEBAL, que tem sede em Beja, o projeto envolve o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, o Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia e o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade Nova de Lisboa.