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Sábado, Abril 27, 2024

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Contratos a termo certo e dificuldades em encontrar primeiro emprego ‘tramam’ jovens

Foto: Parlamento Europeu

O relatório de 2022 sobre a evolução do emprego e da situação social na Europa publicado hoje revela, entre outras conclusões que os jovens estão entre os mais afetados pela perda de postos de trabalho durante a crise económica provocada pela Pandemia de Covid-19. 

Um dado curioso revelado por este estudo é que para os jovens a recuperação foi mais lenta do que para outros grupos etários. Para a Comissão Europeia, a elevada percentagem de contratos a termo certo e as dificuldades em encontrar um primeiro emprego quando terminam a escola, a universidade ou cursos de formação estão entre as explicações possíveis para este fenómeno.

De acordo com a nota de imprensa enviada hoje pela Comissão Europeia, este novo relatório “ajuda a identificar e apoiar as políticas sociais e de emprego necessárias para ultrapassar as dificuldades que os jovens enfrentam para se tornarem economicamente independentes, face ao agravamento da situação socioeconómica devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Este relatório permitiu concluir, em termos de distribuição etária, os jovens com menos de 20 anos são os que mais “continuam a enfrentar desafios significativos para encontrar emprego ou para encontrar empregos que correspondam às suas competências e experiência. Embora o desemprego dos jovens tenha diminuído em 2021, em particular no final do ano, manteve-se 1 ponto percentual mais elevado do que antes da crise (2019). Dos jovens que trabalham, cerca de 1 em cada 2 (45,9 %) têm contratos temporários, em comparação com 1 em cada 10 de todos os trabalhadores (10,2 %)”, refere o comunicado.

Os novos dados apontam também para uma maior vulnerabilidade dos mais novos face aos mais velhos. De acordo com a UE, “os jovens depararam-se com dificuldades para fazer face às despesas diárias, como as faturas e a renda, e 61% estão preocupados com a procura ou manutenção de habitação adequada nos próximos dez anos” e continua a existir diferenças significativas de género com as mulheres em início de carreira a ganharem, em média, menos 7,2% que os homens.

No que diz respeito à educação e formação, o relatório aponta que “os jovens com o ensino secundário têm menos 19 pontos percentuais de probabilidade de acabarem numa situação em que não trabalham, não estudam nem fazem formação do que os jovens com um nível de escolaridade inferior. Para as pessoas com um curso superior, este risco é inferior em 28 pontos percentuais. No caso dos jovens oriundos de meios desfavorecidos, é ainda menos provável que consigam trabalhar, estudar ou fazer formação.

Como forma de mitigar estas questões, a UE tem em preparação outras iniciativas que visam apoiar os jovens. Em 2023, por exemplo, a UE tenciona rever a Recomendação do Conselho relativa ao Quadro de Qualidade para os Estágios, nomeadamente no que diz respeito às condições de trabalho. Um grupo de alto nível está atualmente a estudar formas de melhorar a proteção social, inclusivamente para os jovens, e deverá apresentar as suas conclusões no início do próximo ano.

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