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Quinta-feira, Abril 25, 2024

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Depois de Nisa, EPAL quer “ajudar” indústria queijeira de Borba a melhorar o tratamento de águas (c/som)

No seguimento da campanha de sensibilização “Não Vá ao Engano! Lixo não é no Cano!” que decorreu na passada sexta-feira, dia 19 de novembro, na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, a Rádio Campanário entrevistou Marcos Sá, Diretor de Marketing da Empresa Portuguesa de Águas Livres – EPAL, responsável desta iniciativa, que pretende consciencializar a população, as instituições e a indústria, sobre o impacto do descarte de resíduos nos canos, e que nos falou sobre os próximos passos a desenvolver junto das comunicades e das empresas.

Tendo surgido inicialmente com o objetivo de “concorrer a uma candidatura do Fundo Ambiental”, explica Marcos Sá, este projeto devia “abraçar todos os 109 municípios das Águas do Vale do Tejo” (AdVT), contudo e apesar das “centenas de candidaturas”, o projeto “não passou”. Ainda assim “decidimos apostar e fazer um projeto piloto, com 4 municípios dos 4 distritos de atuação das AdVT”, isto “no sentido de garantirmos e de demonstrarmos os bons resultados que nós vamos ter na perspetiva de passarmos aos diversos stakeholders”, como “as câmaras municipais, juntas de freguesia, instituições, escolas de hotelaria, à população em geral, às escolas”, visando “uma mensagem simples” que é “dizer aquilo que não pode ir para os sanitários”.

Algo “que nos vai facilitar, por um lado, toda a operação do tratamento de água, que vamos devolver ao ambiente”, explica, tendo assim “a oportunidade de devolver água ainda com melhor qualidade”. Bem como, “diminuir os custes de tratamento, o que terá com certeza implicações no preço e no valor a pagar por parte da câmara municipal”, que por sua vez “também cobra ao consumidor final”.

Marcos Sá refere que este é um “trabalho conjunto, por parte da população, que o pode fazer e que trará benefícios, quer do ponto de vista ambiental, que do ponto de vista económico, no futuro”.

No que diz respeito aos municípios alentejanos, o representante da EPAL diz que “há um trabalho que nós temos que o fazer em parceria”, além do “trabalho que as pessoas individualmente em cada uma das casas podem fazer”, que é “não continuar a fazer más práticas, ou seja, ter a certeza que aquilo que estamos a colocar na sanita é aquilo que podemos colocar”, referindo algumas coisas que não podem ser descartadas, como “os toalhetes, as fraldas, os preservativos entre outros”. Contudo, “aquilo que importa é basicamente nós também olharmos para a indústria”, da qual “nós temos que ser os parceiros”.

Assim, “temos que ajudar esses parceiros, a indústria, a ter boas práticas, no sentido de devolver a água com as condições necessárias, no sentido de quando nós as recebemos nas nossas infraestruturas termos condições de as tratar”. Algo que “é um trabalho que tem que ser feito em conjunto com as AdVT, com as câmaras municipais e em conjunto com essas indústrias”, sublinha.

Nesse âmbito, “um bom exemplo são as queijarias”, aponta Marcos Sá. “Nós já fizemos um bom trabalho extraordinário no município de Nisa, no sentido de irmos fazer a recolha das águas residuais dessas queijarias”, explica, com o qual “melhoramos muito o meio ambiente”.

Nesse âmbito, “e aquilo que queremos fazer agora, por exemplo em Borba, que também tem uma grande indústria queijeira”, refere, “nós iremos com os nossos técnicos a essas indústrias, não para dizer mal, mas sim para ajudar, para dizer como é hão de fazer bem no sentido de todos ganharmos com isto, quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista da sustentabilidade, quer do ponto de vista do desenvolvimento do turismo e dos medidores do desenvolvimento local”.

No que diz respeito ao impacto económico, Marcos Sá explica que “há uma coisa que as pessoas têm que perceber: tudo aquilo que se gasta no tratamento de água, potável e de saneamento, segundo as leis em Portugal, nós temos que as fazer repercutir todos os custos no consumidor final”. Pelo que, se o tratamento for “mais eficiente”, significa que “no futuro as tarifas serão mais baixas”. Um esforço para “deixar um planeta melhor para as futuras gerações”.

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