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EDIA: “Não queremos confiscar terras aos regantes para pagar as dívidas da água do Alqueva”, afirma José Pedro Salema (C/SOM)

Até ao final do ano de 2019, os regantes de Alqueva tinham uma dívida de mais 5 milhões de euros à EDIA- Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva. Segundo a empresa, no final do ano passado, os cerca de 2508 regantes tinham uma dívida de cerca de 5 milhões e 205 mil euros, mais 3 milhões de euros em relação a 2018.

Em entrevista à Rádio Campanário, o presidente do Conselho de Administração da EDIA, José Pedro Salema, referiu que essa notícia “tem saído recorrentemente” nos órgãos de comunicação social, mas que “é preciso desvalorizá-la. Eu pelo menos não a valorizo de todo”.

“É óbvio que temos de olhar para o montante da dívida, mas as empresas têm sempre dívida. No fundo, foram faturas que foram emitidas e que ainda não foram pagas. Isso não é um problema e só o é quando a dívida passa a ser incobrável, quando está em atraso há muito tempo e começa a haver uma grande probabilidade daquela dívida não vir a ser paga”, diz o presidente da EDIA.

José Pedro Salema esclareceu que a maior parte das dívidas são pagas “no momento da abertura da água no ano seguinte. Portanto as faturas de 2019 que não foram pagas, o cliente que quer ser abastecido pelas águas do Alqueva em 2020 tem de as pagar senão não tem acesso à água”. O problema é mais grave “quando é uma empresa que só teve atividade durante um ano e depois fechou e temos que, no limite, chegar até à propriedade, mas não queremos no fundo confiscar terras para pagar dívidas. Nunca o fizemos e não queremos fazê-lo. O que acontece é que há processos de execução fiscal, que podem determinar essa situação mais dramática, mas ainda nunca aconteceu”.

O presidente da EDIA afirmou que as Finanças “têm uma máquina de cobrança muito eficaz”, que consegue “cativar contas, ordenados muito antes de chegarmos à propriedade”.

“A EDIA tem em alguns casos pontuais instaurado alguns processos de cobrança e isso é feito seguindo uma regra muito estabelecida, ou seja, quando a fatura passa um determinado número de dias é comunicado ao visado e é instaurado um processo de execução fiscal”, explicou José Pedro Salema.

O dirigente não acha que há “nenhum drama”, porque “se compararmos o relatório de contas de 2018 ao de 2019, houve uma subida da dívida, porque houve também uma subida muito relevante na faturação, mas isso não quer dizer que sejam incobráveis. Nós estamos convencidos que todas essas situações vão se resolver, porque estamos a falar de clientes que querem ficar no Alqueva e vão com certeza liquidar as dívidas, para terem acesso à água este ano”.

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