As corporações de Bombeiros Voluntários de todo o país vivem tempos difíceis na sua missão de socorrer o próximo, especialmente devido ao preço dos combustíveis que não para de subir e que deixas as Associações Humanitárias de Bombeiros asfixiadas financeiramente.
À margem da celebração dos 498 anos da Misericórdia e Borba, ontem assinalados, a Rádio Campanário falou com Joaquim Branco, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Borba, sobre esta problemática assim como sobre as atuais dificuldades da Corporação.
Joaquim Branco começou por referir à Rádio Campanário que “a corporação tem procurado dar resposta a todas as ocorrências para as quais temos sido chamados, quer na vertente daquilo que é a emergência e aquilo que é o transporte de doentes não urgentes.”
Ainda assim o Comandante ressalva que “a maior dificuldade é o preço dos combustíveis que, como sabemos, todo o nosso trabalho depende de veículos, o que em termos financeiros, para nós enquanto instituição, poderá pesar naquilo que é a gestão de rigor que a nossa instituição tem.”
Questionado se em algum momento a corporação ponderou deixar de efetuar o transporte não urgente de doentes devido a dificuldades financeiras, Joaquim Branco sublinhou “de acordo com aquilo que tem sido discutido internamente , nós tudo faremos no sentido de dar resposta aquilo que são as necessidades dos nossos utentes” acrescentando “só pararemos o transporte se chegarmos a um ponto em que financeiramente já não tenhamos capacidade para trabalhar mas tudo estamos a fazer para que nada falte à nossa população.”
Relativamente ao processo de negociações que tem decorrido entre os Bombeiros e o Governo, em vista de uma solução para este problema, o Comandante de Borba refere “o processo de negociação entre os Bombeiros e o Governo ainda não está totalmente concluído , os valores estão a ser apurados e eu espero que ambas as partes cheguem a acordo e que as corporações não fiquem prejudicadas pois o gasóleo para nós acaba por ser a principal matéria prima para desempenharmos a nossa atividade.”
Sobre uma possível solução, Joaquim Branco diz “o governo tem que acompanhar aquilo que é o preço do combustível, mas tem que ter em conta outras despesas que se tem com as viaturas, nomeadamente em termos de desgaste.”
O corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Borba é atualmente composto por 40 elementos, entre profissionais e voluntários. Ainda assim Joaquim Branco refere “é com este corpo que vamos dando resposta.”
A propósito da falta de recursos humanos o Comandante dos Bombeiros de Borba realça “a falta de recursos humanos é um fenómeno ao nível nacional apesar de terem entrado alguns jovens, mas não aquilo que desejaríamos, queríamos muito mais.”
Joaquim Branco considera ainda que a falta de recursos humanos se deve ao facto de “existirem outras ofertas na sociedade que são menos exigentes.”