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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Estudo da Universidade de Évora revela “elevado potencial” terapêutico das plantas Alentejanas

A investigadora Sílvia Macedo Arantes, da Universidade de Évora (UÉ), conduziu um estudo que promove o conhecimento da composição química, da toxicidade e das propriedades farmacológicas dos óleos essenciais de várias plantas aromáticas e medicinais (PAM) autóctones da região Alentejana.

O mote para este estudo terá sido a crescente aplicação de produtos naturais como alternativa e complemento às terapêuticas convencionais, que tem suscitado o interesse do público, que muitas vezes adquire estas soluções em detrimento de outro tipo de fármacos. Um comportamento que torna cada vez mais importante estudar a possibilidade da utilização segura destas plantas e dos seus óleos essenciais (OEs).

Foi no âmbito da tese de doutoramento em Bioquímica da Universidade de Évora (UÉ) que Sílvia Macedo Arantes, estudou, sob a orientação de Maria do Rosário Martins, Professora Auxiliar do Departamento de Química e de Ana Teresa Caldeira, Professora Associada do Departamento de Química, o potencial uso fitoterapêutico de óleos essenciais (OEs) de algumas plantas aromáticas e condimentares. 

Por ser uma região rica em plantas aromáticas, a doutoranda selecionou, para desenvolver a sua investigação, um grupo de plantas condimentares típicas do Alentejo, utilizadas frequentemente como condimentos na Dieta Mediterrânica, nomeadamente a erva-das-azeitonas (Calamintha nepeta subsp. nepeta), o funcho (Foeniculum vulgare var. dulce), a hortelã (Mentha spicata), oregão (Origanum vulgare subsp. virens), o poejo (Mentha pulegium), o rosmaninho (Lavandula stoechas subsp. luisieri), o rosmaninho-maior (Lavandula pedunculata), o rosmaninho‑verde (Lavandula viridis) e o tomilho bela-luz (Thymus mastichina).

Este estudo teve como objetivo caracterizar a composição química dos OEs das diferentes espécies de plantas, tendo em vista a avaliação das propriedades antioxidante, neuroprotetora, antitumoral, antimicrobiana, analgésica e anti‑inflamatória dos óleos essenciais mais promissores.

Os resultados demonstraram diferenças relevantes na composição química dos diferentes óleos essenciais, com a espécie. Os OEs em estudo apresentaram importantes propriedades antioxidantes, analgésicas e/ou anti-inflamatórias, com capacidade para inibir o stress oxidativo, responsável pelo envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e degenerativas. Observou-se também um importante potencial de alguns OEs como antiproliferativos, para linhas celulares de cancro da mama, e/ou como antimicrobianos, para bactérias e fungos potencialmente patogénicos.

Face ao exposto, os OEs de algumas plantas condimentares do Alentejo apresentaram um elevado potencial nutracêutico, com capacidade para prevenir várias patologias, demonstrando, assim, não só o potencial e importância destas espécies, como também a pertinência de estudos neste campo de atuação.

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