A Galp vai abandonar a prospeção de petróleo em Aljezur, anunciou o presidente-executivo da empresa, Carlos Gomes da Silva, na conferência telefónica com analistas realizada esta segunda-feira, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. A petrolífera e a Eni optaram pela renúncia voluntária da concessão, sendo que o prazo para a prospeção ao largo da costa terminava a 15 de janeiro. O presidente aponta os problemas legais como justificação.
"Em relação a Portugal, tomámos a decisão de abandonar a exploração", anunciou o líder da Galp Energia, referindo os problemas legais para que o consórcio, em conjunto com a Eni, como justificação para abandonar esta atividade. Nesse sentido, Carlos Gomes da Silva lamenta ser impossível avaliar o valor dos recursos existentes no país. Contudo, em nota enviada às redações, a Galp refere que, devido aos processos judiciais em curso, não vai pronunciar-se sobre o tema - a mesma posição assumida pela sua parceria italiana Eni.
A concessão para a prospeção a cerca de 50 quilómetros da costa terminava em janeiro do próximo ano, depois de três prolongamentos do prazo pedidos pelo consórcio formado entre a Galp (30%) e a Eni (70%). Por outro lado, em agosto, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé deferiu uma providência cautelar interposta pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo, suspendendo a licença.
Esta decisão do tribunal de Loulé "teve por base uma alegada irregularidade de um processo conduzido pela Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM)".
Na altura o Governo recorreu da decisão, mas a prospeção ao largo de Aljezur sempre teve a oposição de ambientalistas e de autarquias da região, nomeadamente a de Odemira, que recorreram para os tribunais. Ao mesmo tempo, também o PCP e o Bloco de Esquerda, sempre se manifestaram contra a exploração.
Numa nota enviada às redações, depois de adiantar que nada mais vai dizer sobre este tema, a petrolífera nacional quis frisar a ligação a Portugal, afirmando que vão “continuar a investir em Portugal e a abrir caminhos no campo da mobilidade sustentável, a apostar na competitividade e na eficiência energética e ambiental das refinarias bem como reforçar progressivamente a aposta nas fontes de energia de base renovável em regime de mercado”.
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