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Quinta-feira, Março 28, 2024

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“Há 525 camas, precisávamos de mais 1500. Alguns estudantes podem abandonar Évora por falta de alojamento” diz Presidente da AAUE(c/som)

Adificuldade dos alunos universitários encontrarem alojamento junto das Universidades onde foram colocados têm aumentado cada vez mais, dificuldades que se geram ou pelos preços elevados que são praticados ou mesmo pela falta de alojamentos.

A Rádio Campanário falou com Henrique Gil, Presidente da Associação Académica da Universidade de Évora, que nos traçou um retrato da situação vivida nesta cidade alentejana.

Henrique Gil começa por nos referir “este é um problema que tem sido crescente de dia para dia”. O responsável pela AAUE realça “o número de colocados e de vagas no ensino superior tem aumentado nos últimos anos o que é benéfico mas isso tem sido contraditório às questões do alojamento.”

Para Henrique Gil “o alojamento universitário não tem tido mais camas e devido ao aumento de estudantes a situação tem-se vindo a agravar, quer nos preços, quer na disponibilidade”.

No caso dos estudantes da Universidade de Évora, explica Henrique Gil, as maiores preocupações são apresentadas à Associação “pelos pais dos estudantes que manifestam grande dificuldade em conseguir alojamento para os seus filhos” descrevendo “existem até situações caricatas em termos de pagamentos”.

Esta dificuldade de alojamento verificou-se ainda antes do período de matrículas. Segundo o Presidente da AAUE, a associação “não tem ofertas ou anúncios porque eles não surgem e essa tem sido a grande dificuldade e uma grande batalha.”

De acordo com Henrique Gil “muitos dos estudantes acabaram por não abandonar as suas casas,, muitos continuaram a assegurar o pagamento das suas casas durante o verão para não perderem a sua casa”. Acrescenta contudo que há um outro factor que está a pesar nesta falta de alojamento “verificamos que temos já muitas habitações viradas para aquilo que é o turismo e isso diminui a oferta.”

Esta tendência já se verificava antes da Pandemia, reverteu-se durante a pandemia mas está a regressão ao que estava antes da pandemia.

A oferta de residências universitárias na cidade é deficitária “e para a combater precisávamos de mais camas” acrescentando “qualquer resposta dentro do meio privado ou público faria um alívio no mercado, quer na oferta, quer nos preços.”

Em Évora , refere “existem atualmente 525 camas de alojamento universitário e o necessário seriam mais 1500 camas.”

No que diz respeito aos projetos da Universidade de Évora neste âmbito. Já aprovados ao abrigo do PRR, Henrique Gil considera “é muito positivo mas o grande problema é que não estamos a ver a solução num curto espaço de tempo.”Os contratos de financiamento ao abrigo do PRR foram assinados há cerca de duas semanas logo “são processos que ainda vão demorar mais dois ou três anos.”

Quantos aos preços praticados em Évora, o Presidente da AAUE considera “que estes trazem um acréscimo de dificuldades pois , apesar dos preços não terem aumentado , estão a ser praticadas questões que não o eram como a exigência de fiador, caução de entrada ou de saída, tudo isto no mês de entrada dos estudantes o que está a trazer graves dificuldades aos agregados familiares.”

Por último, relativamente à forma como os estudantes encaram estas dificuldades, no início de um ano letivo , Henrique Gil sublinha “os estudantes começam o ano letivo com muita ansiedade e preocupação devido a estas dificuldades pois não tendo alojamento como é que poderão pensar na questão dos estudos.”

“Tememos que alguns estudantes não fiquem a estudar na UÉ, abandonando o curso, devido á falta de alojamento” concluiu.

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