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Sexta-feira, Março 29, 2024

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História, património e modernismo ao passear pela vila de Avis

A Vila de Avis, com um caráter imponente e majestoso destaca-se à distância no Alto Alentejo. Sobre o patrimonio que a caracteriza, há ainda o  antigo Convento de São Bento de Avis que recentemente ganhou uma nova vida, com a implementação do Centro Interpretativo da Ordem de Avis e o Museu do Campo Alentejano.

No que diz respeito ao Centro Interpretativo, este foi instalado numa parte das dependências do antigo Convento de S. Bento de Avis e integra-se num projeto alargado de requalificação e recuperação do Centro Histórico de Avis.

A criação deste equipamento cultural constitui um projeto que, além da requalificação e valorização de um edifício histórico, permitirá a divulgação da Ordem de Avis bem como trazer novos públicos ao Centro Histórico da Vila, com base no conhecimento e valorização do património histórico. A instalação do Centro Interpretativo da Ordem de Avis no espaço conventual pretende, de igual modo, restituir a dignidade física ao edifício mais emblemático do Centro Histórico.

O piso superior do CIOA alberga um espaço integrado que inclui diversas valências: Área de Trabalho/Investigação, Espaço Pedagógico/Sala de Conferências, Reservas e Área Museológica.
Para além do apoio prestado ao nível do arquivo corrente e intermédio do Município de Avis, o CIOA detém a guarda de vários fundos documentais (Fundo do Município de Avis, Fundo da Santa Casa da Misericórdia, Coleção de Cartazes, Boletins, Arquivo Fotográfico, Livro Antigo). Este projeto permite também congregar diversa documentação sobre a Ordem Militar de S. Bento de Avis que se encontra dispersa por vários organismos (Arquivo Distrital de Portalegre, Arquivo Nacional da Torre do Tombo e Biblioteca Nacional) e que aqui se encontra reunida em formato digital.
O CIOA dispõe também de uma pequena biblioteca onde é possível aprofundar várias temáticas de âmbito local bem como consultar bibliografia específica de caráter municipal.
Além das áreas acessíveis ao público, o CIOA possui áreas de trabalho especializadas, nomeadamente o laboratório/sala de expurgo e reservas, onde se realiza o tratamento da documentação ao nível da higienização e desinfestação.
O piso superior é acessível a cidadão com mobilidade reduzida, que podem utilizar a plataforma elevatória em alternativa à escadaria. Aos utentes invisuais será prestado o serviço de apoio à leitura, sempre que solicitado

No que diz respeito ao Museu Municipal de Avis, atualmente designado de Museu do Campo Alentejano, encontra-se instalado em algumas das salas do Antigo Convento de São Bento de Avis, nomeadamente a Sala do Capítulo e a Sala de Leitura dos Monges. Situado no cimo de um monte, o Convento é um edifício imponente e majestoso que se destaca da vila, avistando-se a vários quilómetros de distância, sendo classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1949.

Após a intervenção iniciada em Julho de 2012, o espólio do Museu voltou a estar patente ao público a 15 de Agosto de 2014, passando a estar estruturado em torno da temática do campo agrícola e do montado, sendo o seu espólio, essencialmente, etnográfico e representativo das atividades agrícolas e pastoris, em que o montado surge como elemento modelador de toda uma cultura regional. O montado marca a paisagem alentejana e constituiu-se como elemento referencial e diferenciador de gerações, do ponto de vista cultural, económico, social e ambiental. É um sistema multifuncional, agrossilvopastoril, que sustenta uma abundante biodiversidade, de elevado valor natural, no qual se destacam o sobreiro e a azinheira, como duas das principais espécies florestais autóctones existentes no nosso País. Este espaço pretende dar a conhecer a história das gentes que, ao longo dos anos, foram ocupando este território, nomeadamente no que diz respeito aos seus usos e costumes.

O mesmo montado que povoa as redondezas de Avis e que se pode apreciar tanto do largo onde está situado o convento, como também do vizinho Jardim do Mestre. Trata-se de uma autêntica varanda panorâmica sobre a vila e os seus corredores de laranjeiras, perfeita para assistir ao pôr-do-sol, que se coloca atrás da curvilínea albufeira do Maranhão.
Este caudal de água, alimentado pelas ribeiras de Seda, Avis e Raia, também se avista de um dos terraços da CASA DA MOIRA, um conjunto de duas casas senhoriais no centro da vila, uma do século XVII e outra do XIX, que somam 11 quartos e suites com sala, lareira e tetos trabalhados que foram recuperados. Comum a todos são as áreas espaçosas e a elegância decorativa com que se alia a contemporaneidade de quadros e objetos a um lado mais tradicional – tapeçarias, móveis, cadeirões e espelhos antigos, sem esquecer o foco regional, como o mármore de Estremoz, e o conforto.

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