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Terça-feira, Abril 16, 2024

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Ministra da Cultura recebida com manifestação de profissionais das artes em Évora (C/FOTOS)

A ministra da Cultura disse este sábado que a precariedade dos profissionais do setor ficou “mais visível” com a COVID-19, mas o Governo não pode “resolver em dois meses o que não foi resolvido em 20 anos”.

Graça Fonseca esteve na cidade de Évora, onde foi recebida com uma manifestação de mais de uma centena de profissionais de várias áreas artísticas, durante a visita às obras do Teatro García de Resende.

Em declarações aos jornalistas, a Ministra afirmou que “todos nós estamos a viver uma situação” para a qual “nenhum de nós estava preparado. Não vale a pena dizer o contrário”. Graça Fonseca reconheceu que situação decorrente da doença provocada pela COVID-19 evidencia a precariedade do setor cultural.

Trata-se de “uma situação que coloca mais visível a situação, já de si difícil e precária, de muitos profissionais do setor da cultura”, que “é algo que existe há mais de 20 anos”, afirmou.

Segundo a Ministra, o Governo está “a trabalhar” e assumiu “o compromisso de, ao longo deste ano, resolver as questões laborais, de carreiras contributivas” ou “de descontos” destes profissionais, entre outras matérias.

Porém, “não podemos resolver em dois meses o que não foi resolvido em 20 anos, não é possível”, ressalvou, exemplificando que o facto de “a maioria dos profissionais” do setor “só ter recebido 219” euros de apoio pela redução da atividade “é um reflexo, precisamente, de carreiras e de questões laborais e contributivas que não foram resolvidas nos últimos anos”.

Sobre a manifestação, Graça Fonseca referiu que “as manifestações fazem parte da democracia, acho que é importante. Aliás, acho que é mesmo importante que existam até na perspetiva de chamar a atenção das pessoas para o valor que a cultura tem nas nossas vidas”.

A propósito do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, cujo diretor, António Alegria, alertou, na quinta-feira, para a “falta crítica” de funcionários para a vigilância, a ministra admitiu que a instituição “não é caso único” no país.

“Há mais de um ano e meio, pelo menos desde que eu sou ministra, que temos falado da questão dos funcionários nos diferentes museus. É algo que temos vindo a mapear, identificar e sabemos quais são as faltas, as previsíveis aposentações nos próximos anos e temos de ter um plano para resolver” o assunto, argumentou.

Trata-se de algo “transversal ao setor público e tem que ser um trabalho, como está a ser feito, de coordenação transversal ao Governo” para “conseguir colocar mais pessoas nos sítios onde elas fazem mais falta e os museus” são, “claramente uma delas”, argumentou.

Além de visitar Évora, onde esteve numa livraria independente, num centro de investigação da universidade e inaugurou uma exposição na Fundação Eugénio de Almeida, Graça Fonseca começou o dia em Montemor-o-Novo, no Convento da Saudação, em obras, e na associação Oficinas do Convento.

Fonte da notícia: Agência Lusa

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