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Quinta-feira, Abril 18, 2024

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Montemor-o-Novo: A Anta que se fez capela em honra de N.ª Sr.ª do Livramento!

A Anta-Ermida de Nossa Senhora do Livramento fica situada em São Brissos, Santiago do Escoural, concelho de Montemor-o-Novo.

Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1957, através do Decreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07.

Para chegar lá: Herdade da Anta. EM 380 Évora-Alcáçovas, tomar ramal para Valverde, passar a povoação e continuar em direcção a Santiago de Escoural, EM 1079 Escoural – Valverde; passando a povoação de São Brissos, c. 3Km depois, a anta-capela fica à mão esquerda.

 

 

Embora destacando-se pela abundância de vestígios arqueológicos de várias épocas, o território correspondente, na actualidade, ao município de Montemor-o-Novo revela-se particularmente rico em testemunhos megalíticos, nomeadamente no que se refere à arquitectura funerária.
Uma particularidade que não poderia deixar de chamar a atenção dos pioneiros dos estudos arqueológicos portugueses, quando, ainda ao longo do último quartel de oitocentos, algumas individualidades prospectaram a região em busca de exemplares megalíticos que pudessem confirmar, de algum modo, uma certa originalidade e, sobretudo, anterioridade arquitectónica, quando comparada à dos testemunhos já identificados no outro lado da fronteira ibérica.
Não surpreende, por conseguinte, que certas antas então prospectadas acabassem por ser incluídas no primeiro decreto de classificação de estruturas antigas como “monumentos nacionais” (1910), como seria o caso da “Anta de São Brissos”, situado nas imediações da “Anta – Ermida de Nossa Senhora do Livramento”, com a qual partilhava uma singularidade assaz expressiva do fluir dos tempos (Cf. VASCONCELLOS, J. de L. de, 1917).
Na verdade, esta anta (termo pelo qual os dolmens são mais conhecidos entre nós) encontra-se de igual modo identificada como sendo a número 7 de S. Brissos, tendo sido convertida, à semelhança desta, em capela, em pleno século XVII, num testemunho claro de reutilização de um mesmo espaço sagrado por diferentes crenças, ao mesmo tempo que uma demonstração, não apenas de sobreposição de determinados poderes, como de economia de recursos, neste caso materiais.
Originalmente formado por esteios (cinco dos quais remanescentes) graníticos, o espaço da anterior câmara sepulcral corresponde ao actual átrio da ermida, sendo ainda possível observar a presença da primitiva laje de cobertura – “chapéu” – e de alguns indícios do corredor (nomeadamente de dois esteios in situ) de acesso ao seu interior.
É, no entanto, no interior do monumento que se revela o processo de cristianização do sítio em toda a sua plenitude, logo à partida através da presença da imagem de N. Sra. do Livramento, local de romaria, por excelência, especialmente durante o período pascal, embora se mantenham algumas práticas populares de cariz indubitavelmente rural, que se perdem na memória dos tempos, e que testemunham, no fundo, a forma como o Cristianismo foi assimilando vários costumes ancestrais.

Um local para visitar.

Fonte: DGPC

Foto: Manuel J. C. Roque

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