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Montemor o Novo

Montemor-o-Novo, a cidade alentejana onde se travaram batalhas pela nacionalidade e a liberdade

Regional Escrito por  Alexandre Lambuzana 11 Mar. 2023

Existem inúmeras cidades no nosso país que atraem imensos turistas estrangeiros. Felizmente, muitos desses turistas desconhecem outras cidades, menos populares, mas igualmente históricas e fascinantes, deixando para nós, que aqui vivemos, o poder de apreciar a sua beleza quando bem entendemos.

Existem muitas cidades que apresentam grande riqueza. Conjugam beleza natural, monumentos, boa gastronomia, pessoas acolhedoras e um conjunto de atrações que as torna particularmente interessantes, únicas. Uma dessas cidades é Montemor-o-Novo. Se ainda não visitou esta cidade fique a conhecê-la um pouco melhor. Trata-se de um destino que merece uma visita. Descubra os diversos encantos de Montemor-o-Novo, uma cidade com muito para se conhecer.

Montemor-o-Novo situa-se no coração do distrito de Évora, no Alentejo e, ao visitar esta cidade, podemos também visitar um pouco da história do nosso país.

Montemor-o-Novo conjuga o passado e o presente de forma harmoniosa. Esta cidade testemunhou diversos momentos históricos relevantes.

Montemor-o-Novo serviu como palco de batalhas pela nacionalidade e liberdade. Eis alguns episódios históricos emblemáticos:

- A área de Montemor-o-Novo regista ocupação humana desde o paleolítico superior.

- A povoação neste território surge entre o período de ocupação muçulmana e a reconquista cristã.

- Afonso Henriques reconquistou este território em 1160.

- No entanto, em 1190, este território foi saqueado e incendiado pelos Mouros.

- Em 1201, foi D. Sancho I a dar importância ao território, quando melhorou as suas fortificações originais.

- Em 1203, D. Sancho I concedeu-lhe foral. Na época, este território fazia fronteira com o território ocupado pelos mouros. Portanto, tinha um papel relevante.

Por isso, havia a necessidade de povoar e defender esta linha de fronteira. Eram 12 hectares de zona que se encontrava já muralhada e protegida do inimigo.

- Em 1218, D. Afonso II confirmou o foral.

- No século XIII, a população foi, lentamente, saindo da zona muralhada (cerca da vila), continuando nos séculos seguintes.

As pessoas foram habitando uma zona mais abaixo, no arrabalde. Apesar dos alcaides e até os monarcas terem realizado várias medidas para suster essa migração, de nada adiantou.

Por isso, já não havia ninguém a viver dentro da cerca no século XVI.

- Foi aqui que ocorreu a 1ª discussão pública oficial sobre a viagem marítima à Índia. Esse momento histórico aconteceu em Montemor-o-Novo, no ano de 1495. D. Manuel I convocou as cortes de Montemor após ter sido aclamado rei, visando tratar de assuntos de estado.

- Nestas cortes, manifestava-se a opinião pública contrária sobre o empreendimento planificado por D. João II que visava descobrir uma rota marítima para a Índia.

- No entanto, D. Manuel I decide enviar Vasco da Gama numa expedição marítima até à Índia.

Apesar da opinião contrária da generalidade dos conselheiros da corte ser contrária a essa posição, o monarca toma essa decisão importante em Montemor-o-Novo. Vasco da Gama partiu no dia 9 de julho de 1497, tendo chegado a Calcutá no dia 20 de maio de 1498.

 

A cidade de Montemor-o-Novo tem como principais atrações:

Castelo de Montemor-o-Novo - Este edifício é o original recinto da primitiva vila e urbe de Montemor. Segundo consta, este castelo terá sido conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, o fundador do reino português, o que aconteceu pouco depois de 1166. A zona muralhada começou a ser abandonada a partir do século XVI.

Posteriormente, a Câmara e outros edifícios da administração local são transferidos no século XVIII. No ano de 1758, já pouco mais restava do que as Igrejas, o Palácio dos Alcaides e o Convento da Saudação.

 

Convento de Nossa Sra. da Saudação - Este convento foi construído no início do século XVI. A construção foi da responsabilidade da Ordem Dominicana.

No ano de 1874, surge a extinção dos conventos em Portugal. Por isso, o edifício passou para a posse do Estado.

Neste espaço, instalou-se o Asilo Montemorense da Infância Desvalida. Esta instituição permaneceu por aqui até aos anos 60 do século XX.

Atualmente, este edifício aloja o serviço de património cultural da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Também se encontra nestas instalações o Espaço do Tempo / Centro Coreográfico Rui Horta.

 

Igreja da Misericórdia - Este templo foi fundado no início do século XVI. A igreja da Misericórdia apresenta um portal de estilo manuelino, feito de mármore branco. Este portal conduz-nos ao interior da igreja.

Por aqui, é possível observar um belo conjunto de pinturas oitocentistas que retratam a Missão da Misericórdia.

 

Antigo Convento de São João de Deus - Este conjunto arquitetónico inclui ainda a igreja e a cripta de São João de Deus. Em termos arquitetónicos, a igreja revela-se um ótimo exemplar da arte portuguesa do século XVII, conjugando uma austeridade exterior intencional e a funcionalidade do espaço, com um interior de grande beleza. Ela é facilmente alcançada por causa da talha barroca e rococó, por causa dos painéis de azulejo e da pintura do teto.

Este templo é, atualmente, a Igreja Matriz de Montemor-o-Novo. Os seus anexos encontram-se separados do edifício conventual. Foram realizadas as devidas adaptações funcionais para integrar no espaço a Biblioteca Municipal e a Galeria de Exposições.

 

Paços do Conselho - A Câmara Municipal encontra-se a funcionar neste edifício desde o ano de 1745, desde o momento em que se transferiu do edifício dentro da zona do castelo.

No interior desta construção, é possível observarem-se os painéis de azulejos da escadaria principal da autoria de Querubim Lapa e do Salão Nobre da autoria de Leopoldo Battistini. Os painéis de azulejos foram pintados em 1934.

 

Mercado Municipal - Este edifício é do século XX. O Mercado Municipal foi construído para criar melhores condições aos vendedores e assegurar uma melhor experiência aos compradores.

As paredes exteriores deste edifício encontram-se revestidas de painéis de azulejos com cenas de profissões tradicionais.

O Mercado Municipal tem um funcionamento diário. No entanto, é aos sábados de manhã que a maioria dos produtores locais ali marca presença.

 

 

Fonte: NCultura

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