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“Não sou sectário nas minhas tomadas de posição, quando vejo que estou errado, eu próprio dou a mão à palmatória”, diz António Jardim (c/som)

No passado dia 17 de janeiro, a Câmara Municipal de Vila Viçosa procedeu à criação e atribuição do pelouro «Promoção do Município/Desenvolvimento Económico e Social», a António Jardim, vereador eleito pelo MUC (Movimento de Unidade dos Cidadãos do Concelho de Vila Viçosa), e até então sem pelouro atribuído.

Quando questionado relativamente a algumas medidas apresentadas e aprovadas em reunião de Câmara, António Jardim afirma à RC não ser “sectário na tomada de decisões”, reconhecendo quando está errado, e não estando “sempre a favor do PS nem da CDU”.
Entre as medidas apresentadas, surge a realização das sessões públicas da Câmara Municipal de 8 em 8 dias, da qual foi “na altura preponente”, tendo sido aprovada, com realização às 17h.
Presentemente, António Jardim considera que essa periocidade é “inviável” e “desgastante”, nomeadamente todo o processo de preparação necessário e os custos envolvidos para o erário público, quando podem ser realizadas quinzenalmente, e com a possibilidade de reuniões extraordinárias.
Questionado relativamente à preocupação com o condicionamento dos munícipes a assistirem, devido aos horários de emprego, diz que “começando às 17h ou às 18h, pouca importância tem para quem trabalha”, apontando que “geralmente as pessoas não vão no início, e algumas aparecem uma hora depois, depois vão e depois vêm, e a quem tiver interesse, a sessão não deixa de ser pública”.

O vereador afirma que, independentemente do horário, “quem tiver interesse está” presente, evidenciando que o horário da função pública está sempre desenquadrado do horário de quem trabalha, que tem “que perder um dia para ir tratar” de algo.

Tendo sido o próprio a apresentar a proposta, e questionado sobre tal, afirma – “não sou sectário nas minhas tomadas de posição, quando estou errado e vejo que estou errado, eu próprio dou a mão à palmatória”, não tendo ainda a experiência do que seriam reuniões semanais.
Outra proposta apresentada nas primeiras reuniões de Câmara, como a construção de duas aberturas para o Parque Industrial, “sob proposta do PS e do MUC”, surge como um projeto em desenvolvimento.
A também conjunta proposta do PS e MUC, de realização dos mercados e feiras no Largo D. João IV, apesar de aprovada, requer pareceres nomeadamente da CCDR, “o que quer dizer que isso ainda é para fazer […] as pessoas não mudam de opinião de um dia para o outro em relação aquilo que se tem de fazer”.

Contrariando ideias de coligações, António Jardim acrescenta ainda que, “quando efetivamente é aprovado o aumento da água em 20%, que é 30 vezes a inflação, o PS abstém-se e deixa passar o aumento da água e eu votei contra”.

“As opiniões divergem e eu não tenho que estar sempre a favor do PS nem da CDU”, devendo os votos sobre “qualquer questão” considerar o benefício que trará para o concelho e para os munícipes. “Isto obriga-me a ter aqui duas formas de estar”, podendo votar dos dois lados, considerando a opinião do movimento, com quem as reuniões são preparadas.
“Após os resultados eleitorais” e indo ao encontro à máxima do movimento, o MUC definiu uma estratégia que passa pela sua representação “em todos os executivos dos órgãos autárquicos de Vila Viçosa”. O objetivo passa por poderem apresentar propostas “para fazer mais e melhor pelo concelho de Vila Viçosa e ao mesmo tempo participar na execução das mesmas”.
Surgindo como a única força política representada em todos os executivos referidos, e questionado relativamente a parcerias ou coligações necessárias para tal situação, declara existirem “alguns acordos, como é evidente”, visando “estabilidade em termos de governação”, mas não coligações. Para tal se verificar, “teríamos de estar de acordo com tudo aquilo que fosse proposto pela força mais votada, e não é esse o caso”.

Estes acordos foram estabelecidos na freguesia de São Romão, com o Partido Socialista, com a CDU na freguesia de Nossa Senhora da Conceição e de Bencatel, e na freguesia de Pardais, onde a maioria MUC “acordou a participação de um elemento da CDU”.
Relativamente à aceitação do pelouro, António Jardim diz que o mesmo surgiu para poder desenvolver e promover um evento que o município lhe atribuiu, e que o aceitou pois compreendeu que para “trabalhar de uma forma oficiosa” necessitava de o fazer. Esta posição vai ao encontro da estratégia do MUC de “trabalhar com todos e para todos”, defende. Inquirido relativamente à criação de pelouro propositadamente, remete o assunto para o Presidente do Município, Manuel Condenado.

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