Decorreu hoje, dia 5 de abril, no NERE, o Fórum Empresarial do Alentejo, este ano com a temática “: Internacionalização das Pequenas e Médias Empresas: Desafios e Oportunidades, no âmbito do projeto “Alentejo Export 2.0”, numa organização do NERPOR, do NERBE e do NERE, que contou com a participação do IAPMEI.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com Jorge Pais, presidente do NERPOR que começou por referir “este momento é particularmente significativo, porque se insere em circunstâncias especiais,” nomeadamente “do desaparecimento progressivo, da pandemia e, infelizmente, agora marcado pelo surgimento desta guerra e com todo o impacto a nível económico que ela tem.”
Estas reuniões que o Fórum proporciona “destinam-se a apoiar as empresas da região” e “são muito importantes, porque o desenvolvimento da região passa incontornavelmente pelo desenvolvimento do tecido empresarial, do seu crescimento e fortalecimento e, portanto, todas as ações que se façam, no sentido de esclarecer e apoiar os empresários, de mostrar os novos caminhos.”
O tema deste fórum são os desafios e oportunidades da internacionalização das Pequenas e Médias Empresas alentejanas. De acordo com Jorge Pais “este fórum é muito dedicado ao aspeto da internacionalização, que é fundamental para o crescimento das empresas.”
“Aqui no Alentejo o mercado regional é tão pequeno” e por isso “é necessário haver estes novos horizontes de venda dos nossos produtos e serviços, não só para outras regiões do país, mas também para o estrangeiro e é disso que se trata.” Segundo o presidente da NERPOR a internacionalização destas empresas “não é fácil,” porque “as empresas, na generalidade, são muito pequenas, não estão preparadas para enfrentar estes desafios.” Como tal, “ainda mais precisam de ser esclarecidas de ser incentivadas e apoiadas, e é essa a missão das Associações empresariais.”
Questionado sobre se sente que há receio por parte das empresas de expandirem os seus negócios além-fronteiras, Jorge Pais referiu “as empresas na sua maioria são microempresas e, por isso, não tem uma estrutura, não têm uma capacidade, nem mesmo para enfrentar os desafios do mercado nacional. Quando se trata de entrar em novos mercados muito mais competitivos há sempre dificuldades”, dando como exemplo “o transporte, a criação de uma rede comercial, é difícil encontrar agentes, encontrar equipas locais que são indispensáveis para a distribuição dos produtos ou serviços que se estão a pretender exportar”.
O objetivo destes esclarecimentos é consciencializar os empresários que “é preciso ter alguma dimensão, e quando não a têm isso também é superável com o trabalho conjunto com empresas do mesmo setor e com alguma alavancagem que tenham que fazer com investimento em maiores linhas de produção, ou em tratamento dos produtos que estejam a trabalhar.”
As associações empresariais têm “que mostrar e explicar aos nossos empresários que, na sua larga maioria, não estão ainda suficientemente estruturados para esses desafios e até precisam de ser apoiados e aconselhados na escolha dos mercados, porque não é exportar só por exportar, é preciso dar continuidade a esse trabalho, fazer com que a empresa passe realmente a ser exportadora” e “isto requer uma estrutura de permanência, com contactos internacionais, com a escolha dos locais por onde começar e por onde expandir.”
Sobre a importância da cooperação entre as várias Associações Empresariais, NERBE, NERE e NERPOR, Jorge Pais frisou “é fundamental a cooperação entre as diversas associações das sub-regiões do Alentejo. O Alentejo já tem esta escassez demográfica, tanto a nível de população como a nível das empresas”, por isso “nós próprios precisamos de ser exemplo da criação de escala e de não estarmos a olhar para o umbigo de cada um, mas mostrarmos que as empresas do Alentejo devem cooperar e colaborar dentro dos setores tradicionais, mas também nas áreas das novas tecnologias. Precisamos de diversificar, de trazer maior valor acrescentado para a região e isso tem que se conseguir com uma estratégia de cooperação e de alianças entre as diversas empresas, com também as escolas, universidades e as associações”.
Em conclusão Jorge Pais destacou “o nosso papel é também agregador e de mostrar que a economia global, mesmo com todos estes constrangimentos da pandemia e da guerra existe e não vai voltar para trás, portanto é preciso ter visão estratégica e perceber que temos que estar a colaborar juntos e não termos aquela a tendência para o excesso de individualismo”.
06 Jun. 2023 Regional
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05 Jun. 2023 Regional
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