Na última semana foram conhecidos os dados do desemprego no país, que apresentam um aumento de 24,3% desde o início da pandemia, ou seja, cerca de 77 mil pessoas inscritas em centros de emprego a nível nacional.
No Alentejo a situação é semelhante ao resto do país. Em entrevista à RC, Arnaldo Frade, delgado regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), refere que na região “temos uma evolução do desemprego registado que está em linha com o que aconteceu no resto do país”.
No final do mês de abril o número de desempregados no Alentejo estava “muito próximo de 18.900, um aumento homólogo na ordem dos 26%, e uma subida muito significativa que não só aconteceu na região Alentejo, mas também nas sub-regiões, como por exemplo a sub-região do Alentejo Central que no final do mês de abril tínhamos quase 5 mil desempregados, o que significa um aumento, face ao mesmo mês do ano anterior, de cerca de 17%”.
Relativamente aos setores mais afetados pelo desemprego durante a pandemia, o delegado explica que “todos os setores se ressentiram”.
Dá o exemplo do setor do turismo e hotelaria e do setor da manutenção industrial com subidas significativas. No entanto, revela que já se está a “sentir algum regresso ao trabalho, e há pessoas destas áreas da indústria e da manutenção industrial que já estão não só a regressar ao trabalho, mas a regressar ao seu antigo empregador”.
Um outro setor muito afetado foi a indústria aeronáutica “com entidades completamente paradas e outras com uma laboração muito reduzida”.
Porém, na agricultura o cenário é mais favorável. Explica que houve culturas, como a do morango, que se ressentiram, mas que no “geral a agricultura terá sido o setor que menos se terá ressentido”. Conta ainda que “do Alentejo Litoral recebemos uma oferta de emprego de algumas dezenas de postos de trabalho, que é uma oferta de que sempre nos é comunicada nesta altura do ano e que, felizmente, com a pandemia se mantém, o que é um bom sinal para o futuro”.