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Quinta-feira, Abril 25, 2024

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“O corte de apoio da CME em 20m€ foi desonesto. Falta profissionalismo e visão cultural ao executivo” diz Cátia Terrinca, da Ass. Umcoletivo(c/som)

 

A Associação Um Coletivo, em atividade há muitos anos no concelho de Elvas, vai deixar esta cidade alentejana.

A Rádio campanário falou com Cátia Terrinca, da Associação Um Coletivo que nos explicou quais os motivos da saída desta coletivade do Município de Elvas.

Cátia Terrinca começou por nos referir “numa altura em que se fala muito de descentralização de competências para os Municípios, e da criação de mais oportunidades para artistas, é fundamental que as pessoas percebam que a relação com o poder local nem sempre é uma relação democrática e saudável.”

No caso concreto da relação da Associação com o Município de Elvas tem concretamente a ver “com uma falta de profissionalismo porque há uma delonga completamente descabida nas respostas da Autarquia e prende-se também sobretudo com uma falta de visão de uma política cultural a médio longo prazo” acrescentando ainda que tudo isto em alguns momentos se confunde também “com a falta de franqueza e de rigor com que se trabalha.”

As “desavenças” que marcam agora a relação com a Autarquia de Elvas, “não têm só a ver com apoios financeiros, mas também se prendem com esta área” sublinhando igualmente “que o principal é uma quebra de confiança numa relação de contributos mútuos na política cultural em Elvas que neste momento nós vemos abruptamente interrompida sem qualquer explicação por parte dos responsáveis autárquicos.”

 

Cátia Terrinca sublinha que, no Município de Elvas, com os executivos anteriores “tivemos um trabalho que foi crescendo ainda que tenham surgido alguns problemas mas foram sendo resolvidos”. Ainda assim, Cátia Terrinca explica que há uma diferença clara entre o anterior executivo de Elvas e este “o anterior preocupava-se com algum trabalho de fundo, ou seja, vimos uma preocupação de que uma política cultural não pode andar atrás de uma agenda de eventos.”

Para Cátia Terrinca a lógica do atual executivo “tem renunciado aquilo que são as políticas transformadoras da comunidade através das escolas, das relações com as populações mais carenciadas, entre outras.”

A Associação procedeu à entrega do Plano de atividades para 2022 junto da Câmara Municipal em Janeiro deste ano “composto por um pedido de apoio de 30 mil euros, dos quais 5 mil seriam relativos ao mês do Teatro que tem o apoio da Associação na curadoria do evento mas que é um evento da Autarquia ” acrescentando “existiu uma primeira resposta da Câmara em Março, onde nos foi confirmado o apoio dos 5 mil euros referente à atividade do mês de teatro. “ Contudo explica “o resto da resposta, referente aos outros 25 mil euros, veio apenas em julho e apesar de acordado em reunião um apoio de 10 mil, a resposta acabou por chegar com uma aprovação de apenas 5 mil euros, o que significou a gota de água e uma quebra de confiança na nossa relação com a câmara.”

Trata-se de um corte desonesto , que não está de acordo com o que foi falado com as pessoas.”

Cátia Terrinca explica que “a Associação viu o seu pedido de apoio de 25.000 euros ser reduzido para apenas 5 mil euros.”

A Associação muda-se assim de armas e bagagens para Portalegre . Questionada sobre as condições oferecidas pelo novo Município à Associação, Cátia Terrinca refere “O Município de Portalegre abriu-nos as portas e através de uma relação com o Teatro do Convento, permitiu-nos trabalhar num espaço que é um teatro o que para nós é muito transformador porque implica uma melhoria muito significativa nas nossas condições de trabalho.”

A Associação vai ainda ter um apoio financeiro através do Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre e estamos agora a estudar projetos de colaboração também com as escolas. Cátia Terrinca considera “ser uma relação que tem tudo para crescer , está a ser dialogada desde o princípio e isso é o mais importante.”

Questionada se o Município de Portalegre já garantiu à associação o apoio financeiro de 30 mil euros, necessários para o desenvolvimento do plano de atividades da associação para 2022, Cátia Terrinca refere “ainda não foi garantido mas conseguimos concorrer com o Município de Portalegre a um concurso público , coisa que não conseguimos em Elvas, porque não tivemos uma carta do Município de Elvas.”

 

Contactado o Presidente da Câmara Municipal de Elvas, o mesmo não se mostrou  disponível para prestar declarações.

 

 

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