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Sexta-feira, Março 29, 2024

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Os bichos passam a caloiros! Estivemos na receção ao caloiro da Universidade de Évora

São os bichos, os novos estudantes que entram pela primeira vez na Universidade de Évora e agora transitam para o estágio de caloiro. Cada curso tem as suas especificidades, mas todos se unem em momentos históricos que agregam todas as casas, como a passagem de bicho para caloiro e a primeira vez que os praxistas de segundo ano trajam. Este grande evento que chamada toda a cidade de Évora culmina com a Sapatada. Os bichos trajam com pantufas devidamente identificadas e à meia-noite são largadas todas as pantufas aleatoriamente, depois de molhar o pé na fonte na Sé. Os caloiros são desafiados a encontrar as suas pantufas no meio de milhares de outras. Quase que poderíamos dizer que é como encontrar “uma agulha no palheiro”.

Falamos com praxistas e bichos em ascensão para caloiros de Biotecnologia, Medicina Dentária, Psicologia, Engenharia Informática, Desporto e Ciência e Tecnologia Animal. Conhecemos estudantes oriundos de diversos pontos do país e estudantes internacionais, que dão um feedback globalmente positivo da experiência universitária em Évora. 

“Organizamos durante um mês e meio este evento e temos a responsabilidade perante os bichos de que corra tudo bem e de integrá-los na universidade. O dia de hoje é o culminar da praxe, uma das melhores fases da universidade, é muito melhor ser bicho do que ser caloiro. É a melhor fase da vida deles.” diz-nos Lucas Fagundes, praxista de terceiro ano de Ciência e Tecnologia Animal.

Quanto questionado sobre os novos desafios que se colocam à Praxe como instituição e perante as necessidades das gerações atuais, afirma que: “Esta foi a geração que apanhou a pandemia no auge e ficou muito tempo fechada em casa. Sentimos que faltam competências de convívio com as pessoas.”

Mas os contrastes também se fazem sentir: “Também há aquele perfil de bichos que como nunca sairam na pandemia têm mais vontade de sair, e outros que não sairam, não têm tanta essa predisposição. ”, diz-nos a praxista Inês Santos, já rouca. 

“A praxe tem que se adaptar aos novos desenvolvimentos da sociedade. A atualização é constante. Este ano o A Cega Rega, que é o livro que rege todas as tradições académicas, foi atualizado. Os tempos mudam evoluem e a população também.” partilha Lucas Fagundes.

Os caloiros demonstram grande entusiasmo ao longo do evento, como nos partilha a quase caloira Matilde, de Medicina Dentária: “Eu sou de Serpa e estou a adorar a experiência na praxe, os nossos Senhores Estudantes são incríveis. A praxe não é esse bicho de sete cabeças que toda a gente pinta e se não tivesse entrado na praxe provavelmente não teria feito os amigos todos que fiz.”

Entre as actividades, destacaram momentos marcantes como “Aprender a cozinhar na praxe. Os Senhores Estudantes fornecem-nos comida, repartimos as tarefas como lavar a loiça e cozinhar. Eu aprendi a cozinhar na praxe”. 

Outros dizem-nos que a praxe teve um impacto positivo na integração e adaptação a um novo país e a uma nova cidade. Este evento é uma tradição histórica estudantil de grande relevo para a comunidade estudantil de Évora e para a sociedade civil de um modo geral. 

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