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Pedro Galego lamenta falta de médicos e condições no HESE.”Há 20 anos que esperamos o novo hospital”

DN

No âmbito do projeto “Próstata de Lés a Lés”, desenvolvido pelo DN, JN e TSF, o médico urologista bencatelense Pedro Galego, assinala os poucos recursos humanos do Hospital Espírito Santo, em Évora, onde trabalha, como o principal motivo de queixa sobre as condições de trabalho e acompanhamento de doentes com problemas na próstata.

Segundo o médico urologista, o tempo de espera das consultas, “mesmo nos casos urgentes, a urologia em Évora não consegue responder em menos de um mês”, afirma Pedro Galego.

Esta situação tem vindo a agravar-se, “os casos oncológicos são cada vez mais frequentes e dedicamo-nos tanto a eles que não conseguimos dar resposta aos outros doentes” refere Pedro Galego.

A construção do novo hospital de Évora pode resolver muitos destes problemas. Pedro Galego refere que o Alentejo está à espera há mais de 20 anos. “Um novo hospital em Évora fará toda a diferença na cidade e em toda esta grande região. A infraestrutura e as novas condições técnicas seriam um ótimo incentivo para chamar e fixar aqui jovens especialistas que se queiram deslocar do litoral para o interior. A falta da nova unidade, por tudo o que representa, é a grande lacuna que temos”.

Sobre possíveis complicações após a intervenção cirúrgica, esta “é um mito na população, e não só aqui no Alentejo, afirmar que os doentes submetidos a intervenções cirúrgicas à próstata vão ter incontinência urinária e disfunção erétil”, garante o urologista explicando que o avanço da tecnologia “no sentido prático da operação tem sido enorme e os resultados mostram isso. Pouco a pouco conseguimos demonstrar essa realidade e a ajuda do passar a palavra, boca a boca, melhora o conhecimento da população”. 

Este “é um assunto que ficou esquecido no domínio público e raramente vem para a comunicação social”, alerta o especialista.

Sobre a caracterização da população de Évora, o urologista refere que “está envelhecida e pouco informada. Quando os homens chegam a uma consulta de urologia vêm completamente às escuras. Habitualmente são encaminhados pelo médico de família, mas quando chegam nem sabem bem porque é que lá estão”.

Pedro Galego deixa um alerta, “custa-me perceber que são gastos rios de dinheiro a pedir valores de glicemia, valores de colesterol, de triglicéridos e uma análise tão simples ao PSA, que pode fazer toda a diferença para detetar casos, fique de fora quando o médico de família pede análises ao sangue”.

Fonte: DN

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