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Sexta-feira, Março 29, 2024

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Peregrinos de Moura: “Apesar de 300Kms de distância, é a Fé que nos motiva;Chegar a Fátima é indescritível” diz Carlos Geadas, responsável pelo Grupo(c/som e fotos)

 

Maio é o mês de Maria e no dia 13 de Maio todos os caminhos vão dar a Fátimas.

De norte a sul do país são muitos os grupos de peregrinos que se organizam para percorrer o caminho até Fátima, ao encontro de Nossa senhora de Fátima, num percurso de partilha, Fé, ajuda, esperança e sobretudo muita emoção.

No Alentejo são também muitos os grupos que se organizam para fazer esta peregrinação e a Rádio Campanário falou com Carlos Geadas, o responsável pelo Grupo de Peregrinos de Fátima de Moura, que nos explicou a motivação do Grupo e a logística que envolve esta Caminhada.

Carlos Geadas, natural de Moura, começa por nos referir “nos primeiros anos juntávamo-nos ao Grupo de Évora mas acabámos por criar um grupo próprio em 2016” realçando que considera ser esta “uma maneira de crescer enquanto peregrinos porque os Grupos quando se juntam começam a ficar muito grandes e depois em termos de logística começa a ser difícil gerir.”

Este grupo conta com a ajuda imprescindível de “um Grupo de apoio de 10 pessoas”, onde cada um trata da sua parte e a experiência, refere “tem sido sempre a aumentar a nossa vontade de continuar porque esta semana é sempre uma semana diferente , ainda que muitas vezes as pessoas sejam as mesmas, mas a experiência , cada uma é sempre diferente da anterior.”

Questionado pela Rádio Campanário com quantos meses de antecedência se começa a organizar esta peregrinação, refere-nos “normalmente começamos em outubro, altura em que começamos a ver inscrições, este ano pensámos em abrir 50 inscrições e só se inscreveram 25.”

Ainda assim o responsável sublinha “eu acho que não vem quem quer mas sim quem é chamado” acrescentando que a logística envolve “ver onde comemos, onde dormimos, tentando arranjar as melhores condições para os peregrinos, proporcionando-lhes apenas a preocupação de andarem.”

Na opinião de Carlos Geadas “a situação de covid deixou as pessoas muito afetadas na altura em que não houve condições para peregrinar e há três anos que aguardávamos que essas condições de segurança acontecessem.” 

A distância que separa este Grupo de Peregrinos do Santuário de Fátima são 300 quilómetros. Apesar da distância, Carlos Geadas refere “este Grupo de Peregrinos de Moura chega a Fátima, no final de todos estes quilómetros, como se fosse o primeiro dia que caminharam; fazemos cerca de 40 kms por dia, chegamos ao fim do dia muito cansados mas contamos com o apoio da Cruz de Malta que nos apoia incondicionalmente.”

Ainda assim “a Fé e a Força são suficientes para dia após dia seguirem a caminhada” destaca Carlos Geadas.

A chegada ao Santuário é sempre muito especial como refere o responsável “é indescritível pois é rara aquela pessoa que não fica arrepiada, não chora, cada um sabe os pesos e as dores que leva, mas quando ali chega, com a sensação de missão cumprida, é uma sensação indescritível.”
 

“Não há abraço como o Mariano e como o de peregrino” sublinha ainda Carlos Geadas que, no seu entender, nestas peregrinações, “cria-se uma família ao longos destes dias que nunca mais deixa de existir, é quase uma relação de irmão para irmão.”

E como é ser líder de um Grupo de Peregrinos? Carlos Geadas considera que “líder é líder em qualquer circunstância” acrescentando contudo que “aqui temos uma função especial; há a parte espiritual que cada um trás mas há sempre um espírito de ajuda que prevalece.”

Carlos Geadas vem de uma Família não praticante mas conta-nos “não sei porquê nem como mas dei comigo a caminhar, a tentar aprender pelos outros o que eles faziam e depois comecei a fazer pelo nosso grupo pois acho que as pessoas que estão aqui neste Grupo são especiais, a maior parte delas não vem para pagar promessas mas sim para agradecer.”

Questionado pela Rádio Campanário sobre as práticas diferentes deste grupo, nomeadamente ao fim de 300 kms descalçarem os seus sapatos para poderem ter contacto com o chão de Fátima, Carlos Geadas explica “nós não conseguimos controlar as emoções das pessoas e não há maneira de conseguir negar isso a um peregrino; quando eles descalçam os sapatos é porque sentem a necessidade de entrar em contacto com algo superior e é algo que fazem descalçando os sapatos.”

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