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Quinta-feira, Março 28, 2024

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“Poderei regressar à Ucrânia para lutar pelo meu País, junto da minha filha e família que lá ficaram” diz Stepan Vasilchuk, cidadão ucraniano a trabalhar no Alentejo(c/som)

O mundo assiste, incrédulo, a um conflito de leste. A Rússia atacou a Ucrânia, numa invasão que  não dá sinais de abrandar.

Em Portugal existe uma significativa comunidade de cidadãos oriundos da Ucrânia e que neste momento vivem momentos angustiantes….pelo seu país, pela família que lá deixaram, pela incerteza do futuro.

A Rádio Campanário falou com  Stepan Vasilchuk, cidadão ucraniano, em Portugal há 23 anos, a trabalhar no Alentejo, e fomos saber como olha este cidadão para a situação que se vive no seu país.

Stepan VasilchuK  começa por referir-nos “ estou muito triste com tudo o que se está a passar.”

Em  Portugal desde novembro de 1999, tem a seu lado alguns elementos da família mas outros, nomeadamente a filha, a sua mãe, os seus netos, estão na Ucrânia.

Questionado como olha para esta  invasão da Rússia à Ucrânia , Stepan VasilchuK salienta “Isto é muito complicado porque na altura soviética estavam todos iguais mas depois quando caiu a união soviética houve uma separação mas até agora a Rússia não consegue perceber que a Ucrânia é outro país, outra mentalidade, outras pessoas”.

Este cidadão Ucraniano sublinha ainda “a Ucrânia quer apoio da Europa,, quer a Nato, quer Países mais democráticos “.

No que diz respeito à  Rússia, Stepan VasilchuK é peremptório em dizer “querem voltar à União Soviética” esclarecendo contudo “a culpa não é do povo da Rússia pois este nada tem a ver com aquele Putin. Esse é que quer voltar tudo para trás.”

Apesar do conflito conseguiu falar ontem com o seu irmão e com a sua filha. Conta-nos que a apenas 2 kms da casa do seu irmão já houve bombardeamentos.

Questionado sobre o estado de espírito destes familiares que estão no epicentro do conflito adiantou-nos “estão preocupados  mas esperam que as coisas melhorem”.

Cauteloso, acrescenta “ eu não acredito”. Perguntámos se estes familiares ponderam pedir asilo, mas Stepan VasilchuK garante que “ a minha filha diz que não tem que fugir, aquela é a sua terra, nasceu lá e é lá que quer ficar. Quer lutar pelo seu país e eu acho que isso é normal.”

Sobre  Vladimir Putin e a sua opinião se os ataques podem parar e surgir uma  solução diplomática, Stepan diz “não posso dizer que Vladimir Putin é humano porque é pior que animais porque animais não se matam uns aos outros. Só mata quando está com fome.”

Mostra-se revoltado quando fala de Putin e reforça “Este tem tudo e mais alguma coisa, agora quer apanhar mais, quer o  mundo todo para ele e metade do mundo para ele é pouco.”

Olha para os próximos dias com pouca esperança referindo “eu acho que ele não vai parar e se ele apanhar a Ucrânia vai mais para a frente.”

Partir do seu País em busca de um futuro melhor, para si e para a sua família, e já considera Portugal como um país um pouco seu.. Faz 55 anos em Março e como refere “metade da minha vida já foi aqui em Portugal.”

Perguntámos a Stepan se pensa regressar à Ucrânia. Responde sem dúvidas “pensava mas agora com esta situação não sei pois penso que a situação vai piorar.”

Ainda assim acrescenta “Secalhar vou, vou lutar pelo meu país, junto da minha filha, dos meus netos, da minha mãe, da minha família que lá ficou.”

Stepan Vasilchuk  sublinha “não acredito que isto acabe” acrescentando “há quanto tempo Putin  conversava com a Alemanha, frança, américa, com todo o mundo. Não consegue perceber que toda a gente tem vida mas não é a vida como ele quer: Putin quer mandar no mundo todo.”

 

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