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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Regantes queixam-se do custo da energia e pedem apoios para evitar subida de preço dos produtos agrícolas

As associações de regantes alertam para a crise eminente no setor agrícola devido à subida dos custos com a energia. Em nota envida à redação, a Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG) diz que as comercializadoras se preparam para triplicar o preço da eletricidade, o que poderá levar à subida do preço dos produtos agrícolas.

A FENAREG antecipa um inevitável aumento do preço dos produtos agrícolas, caso o Governo não adote medidas que ajudem a mitigar o custo da energia na agricultura. “Este é o momento de agir, o Governo deve acionar a medida da eletricidade verde, com taxas de apoio que compensem efetivamente o aumento dos custos da energia, ou em alternativa criar outra medida que possa amortecer este aumento de quase 200% no preço da energia, que inevitavelmente se irá refletir no aumento do preço dos produtos agrícolas ao consumidor”, afirma José Núncio, o presidente da FENAREG.

Os preços da energia “já eram altíssimos e os contratos de fornecimento de eletricidade penalizadores para os agricultores e para as associações de regantes”, pode ler-se na nota, “mas agora passam a ser catastróficos”. A FENAREG alerta que o preço da eletricidade” vai aumentar de 55€/MWh para 160€/MWh”, e “em alguns casos ainda mais”, de acordo com a revisão de preços apresentada pelas empresas comercializadoras às associações de regantes.

Recorde-se que em 2020 os agricultores viram defraudadas as suas expectativas quanto à medida da eletricidade verde, cujos apoios reais não chegaram para cobrir 5% do valor da fatura energética.

Também segundo a FENAREG, os agricultores portugueses pagarem a eletricidade mais cara da Europa, salientando que “os sucessivos Governos não terem, até ao momento, sido capazes de adotar medidas que contribuam para baixar o custo da energia no regadio”.

Enquanto isso, aponta a Federação, “em França existem há já vários anos medidas que desagravam os custos da energia na agricultura e em Espanha os contratos sazonais de eletricidade na agricultura já são uma realidade”.

A FENAREG dá também o exemplo da vizinha Espanha, onde “o governo espanhol anunciou este ano 30 milhões de euros de apoios para incentivar as explorações agrícolas e as associações de regantes a adotar medidas de poupança energética e abriu a possibilidade de os agricultores criarem comunidades locais de energia a partir de fontes renováveis, para produção de até 300 megawatts, visando o autoconsumo e a venda à rede”.

“Portugal deve seguir o exemplo de França e de Espanha para que nenhum agricultor português fique para trás no competitivo mercado agroalimentar, nem no cumprimento das metas de transição energética e descarbonização”, conclui o presidente da FENAREG.

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