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Sábado, Abril 20, 2024

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Sindicato dos Médicos da Zona Sul denuncia tratamento inadequado de cadáveres de doentes falecidos com COVID-19 no CHULC

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul em comunicado enviado á nossa redação denuncia “Graves irregularidades na manipulação de cadáveres de doentes COVID-19 falecidos no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) “

De acordo com a nota enviada “estas graves irregularidades atentam contra a dignidade dos doentes com infeção por SARS-CoV-2 e seus familiares. Além das deficientes condições de trabalho já amplamente denunciadas, também esta situação mostra a falta de competência do Conselho de Administração (CA) do CHULC em assegurar resposta à pandemia em todas as suas vertentes.”

O agravamento da situação pandémica que se verifica atualmente tem resultado num aumento da pressão sobre os serviços de saúde, como aquele que se verifica na área de Lisboa e Vale do Tejo”, pode ler-se ainda no comunicado.

Segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul “registam-se, neste momento, não só doentes internados como resultado de contágio adquirido durante os dias de festas natalícias, como também a presença de vários surtos hospitalares de infeção por SARS-CoV-2 em hospitais. Os serviços de saúde estão sobrecarregados e à escassez de recursos humanos de médicos e outros profissionais de saúde junta-se a desorganização e o insólito.”

Conforme refere o comunicado “no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), após o falecimento de doentes com COVID-19, tem sido frequente o atraso na recolha do corpo, muito além do tolerável nesta situação. Não raramente, os cadáveres permanecem largas horas na enfermaria onde faleceram, muitas vezes ao lado de doentes internados.”

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) adianta “tomou conhecimento desta situação, ao que tudo indica não recente, e aparentemente não só com o conhecimento do CA do CHULC, como também agravada por este, ao admitir a suspensão da recolha de cadáveres durante o período noturno.”

Esta situação, segundo pode ler-se “ constitui uma violação inaceitável das boas práticas em caso de falecimento. Dela resulta uma compreensível perturbação significativa para os doentes que permanecem internados com um cadáver no quarto e uma gravíssima ausência total de dignidade na manipulação dos corpos dos doentes falecidos, mostrando uma atitude desumana para com doentes e os seus familiares” acrescentando ainda “cumulativamente, a impossibilidade de libertar camas para receber doentes a necessitarem de internamento faz com que estes permaneçam tempo excessivo no Serviço de Urgência, com prejuízo para si e agravando as condições de trabalho e prestação de cuidados nesse local.”

O SMZS tem vindo a denunciar um conjunto de más práticas por parte do CA do CHULC, que tem mantido a assistência COVID-19 e não-COVID-19 dependente do recurso a trabalho extraordinário dos médicos, sem garantir o respeito pelo descanso compensatório e a contratação dos recursos humanos adequados à situação.

A impreparação deste CA, ao não planificar o centro hospitalar para a segunda vaga da pandemia, levando ao tratamento desumano dos seus utentes, além do desprezo pelas condições de trabalho de médicos e profissionais de saúde, merece a maior atenção – e uma pronta resposta – por parte do Ministério da Saúde, que tem ignorado a situação “, refere o comunicado emitido pela direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul.

 

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