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Túnel das Árvores Fechadas, em Marvão, “a curto/médio prazo, está condenado”, conclui estudo (c/som)

Na Estrada Nacional 246-1 entre Marvão e Castelo de Vide, encontra-se o “Túnel das Árvores Fechadas”, formado por mais de duas centenas de freixos. Nos últimos anos, o estado de conservação dos mesmos tem surgido como um problema para a segurança dos automobilistas e transeuntes da via.

Neste âmbito, o Município de Marvão, encomendou à empresa Planeta das Árvores, um estudo incidente sobre o estado biomecânico e fitossanitário, dos freixos que ornamentam aquela que é uma das estradas mais bonitas de Portugal.

Serafim Riem, diretor da empresa responsável pela realização do estudo, falou à Rádio Campanário sobre a situação destes freixos, assim como as conclusões e soluções propostas pela empresa.

Serafim Riem declara ter-se apercebido “desde logo” que o estado das árvores que formam o infame túnel, é preocupante, afirmando ser “um conjunto que a curto/médio prazo, está condenado”.

“Em mais de 70% daquele conjunto das árvores”, avança terem sido detetados sinais de “dieback” (morrer para trás), um fenómeno registado através da secagem da copa das árvores, que demonstra que as raízes das mesmas não se encontram saudáveis.

Tentando “ser o mais prudentes possível”, as conclusões retiradas do estudo, sugerem que existem “neste momento cerca de 40 (árvores) que precisam ser abatidas, e as restantes […] necessitam de uma poda […] exageradamente musculada”, numa tentativa de as manter.

O abate e substituição de árvores e uma monotorização anual das mesmas, são as soluções sugestionadas em conclusão do estudo, para manter aquela “como a estrada provavelmente mais bonita do país”.

Esta medida, acredita o responsável do Planeta das Árvores, tem vindo a ser adotada, uma vez que entre as cerca de 230 árvores estudadas, encontraram exemplares com 100 anos e exemplares com 40 e 60 anos, mostrando que já “foram sendo substituídas” ao longo do século.

“Se queremos manter aquele núcleo, temos que ter a coragem de cortar aquelas que possam oferecer perigo para as pessoas e para a circulação rodoviária, e substituí-las por árvores jovens”, conclui.

As três instituições responsáveis pela tomada da decisão do destino do Túnel das Árvores Fechadas são, a Infraestruturas de Portugal “proprietário da estrada e […] das árvores”, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, devido ao facto de se encontrarem “classificadas como árvores de interesse público”, e a Câmara Municipal de Marvão.

Sendo “uma estrada muito estreita”, onde é difícil o cruzamento automóvel e perigoso o atravessamento a pé, Serafim Riem diz falar-se “na eventualidade de abrir uma segunda via, para transformar aquela que existe numa estrada de sentido único”.

Considera os gastos com a gestão, proteção e manutenção da arborização nas margens das estradas, um gasto indispensável.

Serafim Riem aponta a evidência da necessidade de “alguma coragem política para intervir ali”, mas “se queremos manter aquele ex libris e aquela referência de beleza, de poesia, no ceio aqui do Alto Alentejo”, a mesma tem que existir para se proceder à substituição das árvores existentes.

Afirma ainda, que alguma ação terá que ser tomada, sendo do “interesse das próprias árvores” que sejam evitados acidentes, para que não seja gerado um preconceito generalizado em que as pessoas venham a exigir o abate das “árvores, independentemente de elas estarem seguras ou não”.

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