A vida no mar não é fácil e nos dias que correm são cada vez menos os que se dedicam à pesca e a todas as atividades a ela ligada.
A Rádio Campanário esteve recentemente na Docapesca de Sines e foi conhecer a história de António Conceição, ligado a esta arte.
António Conceição, tem 52 anos de idade e trabalha na Docapesca de Sines há cerca de 12 anos.
Começou a trabalhar nesta arte da pesca muito novo, tinha apenas 16 anos e veio para ela por influência familiar, mais concretamente pelas mãos de um tio.
Não sai para o mar mas o seu trabalho é também relevante para o sucesso da pescaria. Tem como função a reparação das redes que são levadas para o mar pelos pescadores e que acabam por chegar a terra danificadas.
António conta-nos que a Embarcação para a qual trabalha, Embarcação Tibúrcio, conta com uma equipa de “cerca de 25 pessoas”
Diz que é “feliz nesta profissão” mas lamenta que “já pouca gente quer esta vida.”
Entre uma pergunta e outra, lá vai costurando a rede que tenta consertar, uma rede que segundo nos diz tem “80 metros de altura mas um cerco que dava para cercar um campo de futebol.”
António Conceição explica-nos ainda que o arranjo de uma rede “pode demorar dias ou horas a reparar depende do que estragar mas tem que ser rápido porque o barco não pode parar, senão é prejuízo certo.”
Junho é o mês em que a sardinha é rainha e por isso mesmo António Conceição explica à RC que a pesca da sardinha “podia estar melhor mas não há sardinha “ ainda assim “a que há é melhor que o ano passado” ensinando que o que a distingue é o sabor e não o tamanho.
Explica-nos que a embarcação sai para o mar “por volta das duas da manhã e regressa ao final da manhã”, altura em que a sardinha pescada é colocada à venda, através de leilão, efetuado na Docapesca de Sines.
António Conceição conta-nos ainda que em média “28 kg de sardinha custam ao comprador cerca de 100 euros” lamentando que chegue ao consumidor a um preço bastante superior.
Questionado como é ser pescador diz-nos “eu gosto desta vida apesar de sabermos que há dias bons e outros menos bons.
António Conceição diz que é “feliz nesta profissão”, mas lamenta que “já pouca gente queira esta vida.”