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Sexta-feira, Abril 26, 2024

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Vinhos no fundo do mar de Sines para estudar evolução é o projeto da Herdade do Cebolal

Um total de 250 garrafas de vinho foram hoje colocadas no fundo do mar, em Sines , onde irão ‘estagiar’ durante um ano, numa operação que procura estudar a sua evolução, promovendo a ecologia e a economia local.

As 137 garrafas Cebolal Emerso tinto 2019 da casta Castelão e 113 garrafas Cebolal Emerso branco 2020 das castas Roupeiro, Manteúdo e Arinto foram mergulhadas esta manhã, a cerca de 20 metros de profundidade, na Marina de Sines, num projeto promovido pela Herdade do Cebolal que começou há oito anos e já contabiliza quatro produções do vinho do Mar, segundo notícia avançada pela Agência Lusa.

O produtor e enólogo da Herdade do Cebolal, Luís Mota Capitão, avançou à LUsa “Temos aprendido sobre as diferenças de um estágio em terra em relação ao mar. A terra tem uma evolução mais lenta com características diferentes. No caso do mar temos uma evolução mais acelerada. Se calhar um vinho que na terra tem um ano no mar evolui quase o dobro” acrescentando que os resultados “são muito interessantes” e permitem perceber que há parâmetros, “como uma certa secura na boca, a própria complexidade e cor do vinho, que também se modificam”

Desde a primeira edição, a operação dos vinhos “Cebolal Emerso” tem vindo a evoluir e, além da aprendizagem ao nível da composição do vinho do Mar, “muito mais salina e virada para o iodo”, o responsável destacou a componente ecológica, assim como “a arte” associadas a este projeto.

Nesta iniciativa há também a preocupação ecológica uma vez que, conforme refere, tenta-se “evitar que estas garrafas acabem no ecoponto, porque têm arte e podem fazer parte da decoração das casas, como uma jarra de flores ou um candeeiro” sublinhando “Ao longo dos anos também as cores vão mudando, as algas ou as cracas vão desaparecendo”, frisou.

Segundo o enólogo, o vinho que fermentou em lagar de barro, terminando o seu estágio em cuba, vai permanecer no fundo do mar “entre 12 meses até um ano e meio”, dependendo das marés e das pressões a que as garrafas estão sujeitas. Os seus principais mercados são Portugal e o Reino Unido.

O objetivo deste projeto passa por promover a economia local, a sustentabilidade e fazer uma sinergia entre empresas”, realçou o produtor e enólogo.

“As garrafas são lacradas com cera de abelha, produção própria e de apicultores locais, o vidro é mais leve, numa lógica de pegada ecológica, a rolha é de cortiça, natural do Alentejo, e abdica-se do rótulo em papel, porque é a fauna, como as cracas, algas e mexilhões, que vai aparecer nas garrafas”, acrescentou.

Com 20 hectares de vinha, a Herdade do Cebolal, localizada em Vale das Éguas, no concelho de Santiago do Cacém, produz anualmente entre 60 e 70 mil garrafas de vinho tinto e branco, e pretende avançar ainda este ano com um segundo lote de vinho do Mar, mergulhando garrafas junto à Ilha do Pessegueiro, no concelho de Sines.

In Agência Lusa

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