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Laranja deve ser “tratada, acarinhada e valorizada”, diz Inácio Esperança na inauguração da I Feira da Laranja de Pardais (c/som e fotos)

Foi inaugurada na passada sexta-feira (23 de Março) a I edição da Feira da Laranja de Pardais, um certame que decorre até dia 31 deste mês e que tem como objetivo dar a conhecer produtos regionais em torno do desenvolvimento da laranja que cresce nos pomares da Freguesia.

Em declarações à RC, Inácio Esperança, presidente da Junta de Freguesia de Pardais, sustenta que no certame “está provado que deste a torta aos licores, as compotas aos sabonetes, à cerveja e ao gin de laranja tudo é possível”.

O objetivo é “incentivar as pessoas a reabilitar os pomares numa prestativa de futuro”, sublinhou o presidente de Junta, reconhecendo que muitos dos pomares na freguesia “não estão nas melhores condições”

“Durante anos, muita gente viveu das laranjas”, afirmou Inácio Esperança, algo que hoje em dia não é comum de se ver na freguesia, embora considere possível que “mais pessoas possam viver da laranja e daquilo que se pode fazer com ela”, basta “trata-la, acarinha-la e valoriza-la”, acrescentou.

Está dado o pontapé de saída para que “a união de forças possa fazer alguma coisa que se veja e que tenha poder para servir as pessoas”, disse o presidente, sustentando que a Junta de Freguesia “só poderia incentivar” através das várias atividades do certame, que vão no sentido de “mostrar aos produtores que é possível ganhar escala”.

Questionado sobre a política de proximidade entre o executivo da Freguesia de Pardais e o município de Vila Viçosa nos primeiros meses do mandato, Inácio Esperança distância os anos de oposição onde “defendia um projeto que não ia pelo caminho da CDU”, sublinhando que enquanto presidente da Junta de Freguesia, tem que cumprir “o projeto que me comprometi a fazer para as pessoas”, disse.

Para o colocar em prática, o autarca eleito pelo MUC afirma que “não é possível sem a Câmara”, pois a Freguesia de Pardais “tem 29.000 euros (despesa fixa de cerca de 21.000 euros) por ano e não tem mais receitas”, motivo pelo qual sustenta que, enquanto presidente da Junta, não tem que ter “nada contra a política do executivo [municipal] desde que tenha o seu suporte”, reiterou.

Também à RC, José Velez, diretor-regional adjunto da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo), sublinha que o que faz as grandes feiras “não é só dimensão”, mas sim “a qualidade, vontade e perseverança” de quem promove produtos como a laranja de Pardais.

Certames como a Feira da Laranja de Pardais possibilitam que o produto e os seus produtores “cheguem, a pouco e pouco, cada vez mais longe”, referiu o diretor-regional, considerando que a valorização dos produtos locais “é o contributo maior que os munícipes podem dar”.

Questionado sobre as políticas agrícolas em municípios como Vila Viçosa, que não são contemplados pelo grande investimento feito em Alqueva e regadio, José Velez realça que “a água é riqueza, mas também tem problemas e no regadio é preciso saber regar”, e mesmo estando nessas condições “não se podem encostar, têm que lutar para que as coisas sejam melhores”, atirou.

Ainda sobre as assimetrias do interior do país, o responsável considera a falta de população um facto “dramático”, sobre a qual refere que “as políticas agrícolas estão a dar alguns passos, porque o país se mentalizou que as assimetrias têm que ser minoradas”.

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