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Sábado, Abril 20, 2024

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Novo troço ferroviário Alandroal/Elvas – Ministro diz que 2023 é para cumprir apesar de “falta de mão-de-obra” (c/som e fotos)

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu esta segunda-feira o desinvestimento na ferrovia por parte dos sucessivos governos, contrapondo com a aposta que tem sido feita nos últimos anos para recuperar de “décadas de atraso” nesta área, “não tenhamos problemas em dizer as coisas como elas são, durante décadas os sucessivos governos desinvestiram na ferrovia e investiram no automóvel. Felizmente nós temos agora um Governo que está novamente a investir na ferrovia, nós temos de assumir as coisas como elas são”, disse.

“Chegamos a este ponto com décadas de atraso, mas finalmente o comboio está no carril e é importante também nós referirmos isso, mostrarmos ao país que a ferrovia é uma aposta nacional e que ela está em curso, não está nos planos nem apenas nos anúncios, ela está já no terreno”, acrescentou.

Falando aos jornalistas após a assinatura do auto de consignação da empreitada de construção do novo troço ferroviário entre Alandroal (Évora) e Elvas (Portalegre), uma obra que terá um investimento superior a 130 milhões de euros, inserida no Corredor Internacional Sul.

O Ministro sublinhou ainda que o futuro passa pelo transporte coletivo, sendo que a ferrovia assume um papel preponderante, “já toda a gente percebeu, provavelmente tarde demais em Portugal, que o futuro é o transporte coletivo, é o transporte ferroviário, pesado, ligeiro e, portanto, independentemente de cada poder usar ou ter o seu automóvel, nós só conseguiremos unir o país, aproximar o país, integrá-lo na economia ibérica e ligá-lo à Europa através da ferrovia”, disse.

Pedro Nuno Santos, fez ainda questão de explicar que aquela cerimónia não se tratava de nenhum anúncio por parte do Governo, mas sim “o último ato que depende do Estado”, a consignação.

Além da compra de novos comboios, nomeadamente 22 até 2023, o governante explicou aos jornalistas que há várias composições que estão armazenadas e que vão ser recuperadas por parte da CP.

Questionado pela Rádio Campanário quanto ao cumprimento do prazo estabelecido, até final de 2023, afirma que “a previsão é final de 2023, a previsão é essa e é com essa previsão que nós estamos a trabalhar, agora nós temos que estar conscientes das dificuldades que vamos enfrentando ao longo dos tempos”, indica ainda que “temos atrasos logo no projeto e depois também poderemos ter na fase de obra, aliás temos falta de mão-de-obra em muitas das obras em curso”, explica ainda que se torna difícil afirmar com “100% de garantia que os prazos são cumpridos”, no entanto “o prazo existe, nós estamos a trabalhar tendo em vista esses prazos, mas as contingências são muitas”, conclui afirmando não pode dar 100% de garantia “era desonesto se o fizesse”.

O presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, salientou a “importância deste ato, que permite avançar com mais uma área do troço Sines-Caia da ferrovia, dinamiza a economia local, quer a nível de emprego, quer financeiro”.

O novo troço ferroviário entre Alandroal e Elvas (ligação à Linha do Leste), com 38,5 quilómetros, integra o futuro Corredor Internacional Sul, desenvolvido no âmbito do Programa Ferrovia 2020.

A empreitada representa um investimento de 130,5 milhões de euros, tem um prazo de execução de 28 meses e foi contratada ao consórcio Sacyr Somague, S.A. / Sacyr Infraestruturas, S.A..

A nova Linha de Évora terá uma extensão total de cerca de 100 quilómetros, 80 dos quais de construção nova.

Ao longo do troço serão construídas 52 passagens superiores e inferiores à via férrea, 29 pontes e viadutos ferroviários e três estações técnicas.

A linha é constituída pelos sub-troços: Évora Norte/Freixo com 20,5 quilómetros de extensão, Freixo/Alandroal com 20,5 quilómetros e Alandroal/Elvas com 38,4 quilómetros.

A futura linha entre Évora e Elvas representa um investimento de cerca de 500 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus.

 

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