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Quinta-feira, Março 28, 2024

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Vila Viçosa: Escavações à porta da casa onde viveu Florbela Espanca colocaram a descoberto achados arqueológicos do século XVI (c/som e fotos)

Diversas peças em cerâmica que se supõe serem do século XVI foram descobertas pelo arqueólogo que está a trabalhar nas escavações para a construção da ilha ecológica (contentores subterrâneos) localizada na Rua Florbela Espanca em Vila Viçosa.

Recorde-se que no mês de agosto, junto à Igreja da Misericórdia foram descobertas duas ossadas e diversos objetos de cerâmica, quando se procedeu às escavações para a colocação dos referidos contentores subterrâneos.

A Rádio Campanário esteve presente no local e falou com o arqueólogo Rui Mataloto, que está a coordenar os trabalhos de escavação de salvaguarda da área onde vai ser instalada a ilha ecológica, que referiu que neste momento, “o que está documentado é uma bateria de silos de armazenagem, aparentemente abandonados, com a função de silos, mas que depois serviram como lixeira no século XVI, pelo menos os dados que temos até ao momento, apontam nesse sentido, a partir das cerâmicas que temos recolhido, e da abundante fauna do mais diverso tipo, desde animais típicos aqui da zona, porco, ovelha, vaca, e uma boa quantidade também de vestígios de peixe, muito provavelmente peixe salgado, mas que ainda carece de uma análise de pormenor”.

O arqueólogo diz que também foi encontrada “bastante ameijoa”, mas também “lixo domestico, que é aquilo que estamos a recolher no interior destes silos, que primeiro devem ter sido estruturas de utilização para armazenagem de cereais e que depois foram preenchidos com lixo domestico”.

Questionado sobre se neste espaço foram encontradas ossadas, à semelhança da Praça da República, diz que “felizmente não, aqui não temos qualquer indicio de enterramentos, não há vestígios humanos, são somente estruturas de armazenagem que normalmente estavam posicionadas junto às casas e é só, por agora”.

Instado sobre o destino a dar aos achados, expressa que primeiro terão que passar pela fase “de limpeza, inventariação e análise, para termos uma consciência mais concreta do conjunto de vestígios recolhidos”.

Questionado se os trabalhos irão condicionar as obras, Rui Mataloto diz que o congestionamento será somente durante alguns dias, “mas em seguida a obra segue normalmente como aconteceu junto à Igreja da Misericórdia”, acrescentando que, “nós fazemos o nosso registo, recolhemos a informação e a obra prossegue dentro da normalidade”.

Relativamente aos achados junto à Igreja da Misericórdia diz que aguarda-se “o relatório antropológico na parte arqueológica que me competia, eram situações semelhantes, de muito menor dimensão do que esta, eram também silos de armazenagem que depois foram reaproveitados como lixeiras, e a obra neste momento está em fase de conclusão”.

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