A UÉ foi a única universidade portuguesa a estar envolvida nos trabalhos que levaram à elaboração desta lista indicativa a Património de São Tomé e Príncipe, recentemente entregue à UNESCO. A lista indicativa de patrimónios naturais inclui os parques naturais Obô de São Tomé e da ilha do Príncipe, sendo que a lista dos patrimónios culturais inclui as Roças Monte Café e Água Izé, em São Tomé, e a Roça Sundy, na ilha do Príncipe. “Temos muita esperança de que estes dois registos sejam reconhecidos pela comunidade internacional num futuro próximo e se tornem motores não só para o desenvolvimento do turismo, mas também para o desenvolvimento sustentável”, disse o diretor regional para a África Central da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Paul Coustère, após um encontro com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, na capital, São Tomé, tal avançou a agência LUSA.
Sara Marques Pereira, realça que São Tomé “era o único dos PALOP´s que ainda não tinha lista indicativa da UNESCO”, um trabalho “que envolveu uma equipa de cerca de 30 técnicos locais das áreas de ambiente, floresta e património e História, e que nos envolveu também a convite do Ministério” referiu a professora da UÉ. “Este trabalho conjunto decorreu durante uma semana de sessões intensivas na Biblioteca Nacional de São Tomé, coordenadas pelo Professor Charles Akibode da UNESCO para desta forma podermos escolher e definir uma lista indicativa de património construído e Património Natural”.
No património construído, tal como revela Sara Marques Pereira, “optou-se pelas roças, que são realidades singulares no mundo lusófono, entre estes escolheram-se Água Izé e Monte Café, na ilha de S. Tomé e a Sundy na ilha o Principe”. Já no que respeita ao património natural “foi escolhido o Obô, ou seja a floresta nativa das duas ilhas, sendo que o Príncipe é Património da Biosfera desde 2012” referiu a mesma professora da UÉ.
Ainda segundo a mesma agência noticiosa, o diretor regional da UNESCO para a África Central referiu o potencial do património natural de São Tomé e Príncipe, que considerou como “uma reserva muito importante de biodiversidade a nível do planeta”, acrescentando ainda que “esta deve ser uma oportunidade não só para São Tomé e Príncipe, mas é uma oportunidade para todo o planeta e uma questão de credibilidade da comunidade internacional de apoiar os esforços de São Tomé e Príncipe de preservar e valorizar todas estas riquezas”.