Fomentar o pensamento crítico, o envolvimento cívico e criar consciência das alterações climáticas através de iniciativas culturais e das artes performativas é o objetivo do GREEN E.Th.I.Cs – Green Experience through Theatre Inspiring Communities, coordenado na UÉ por Isabel Bezelga, Professora de Artes Cénicas na Escola de Artes da Universidade de Évora (UÉ) e investigadora do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA).
Aprovado pelo Programa Europa Criativa da Comissão Europeia, este projeto reúne mais de 80 parceiros com a missão de implementar uma Rede Europeia Artística para Eventos Verdes assente em 2 linhas de atuação, com dois formatos inovadores e diversas iniciativas programadas.
Através da linha “Mudança Verde do Campo Cultural”, o GREEN E.Th.I.Cs pretende-se fazer da sustentabilidade uma questão principal para os profissionais do meio cultural, fornecendo infraestruturas tecnológicas, protocolos e conhecimento especializado. Através da linha “Compromisso Cultural Verde das Audiências”, o objetivo é envolver o público em processos artísticos, reforçando ao mesmo tempo o pensamento crítico e fornecendo informação científica acessível sobre as alterações climáticas.
Para tal, o GREEN E.Th.I.Cs vai desenvolver dois formatos inovadores em 110 cidades europeias. O primeiro formato é designado por “GREEN E.Th.I.Cs LIVE Game”, e assenta num espetáculo de teatro interativo sobre questões ambientais que utiliza as artes performativas para promover o pensamento crítico e envolver audiências na criação de conteúdos, tornando-as parte ativa de uma ação cívica. O segundo formato, intitulado de “Teatro Movido a Pedal”, é um protótipo capaz de alimentar energeticamente um palco com um sistema de co-geração operado por bicicletas, criando junto do público a consciência de eco-sustentabilidade através de uma abordagem experimental.
No decorrer dos trabalhos deste projeto, perspetiva-se a implementação de cento e dez GREEN E.Th.I.Cs LIVE Game, mil e duzentas atividades de jogos de tabuleiro junto de público em idade escolar, trinta seminários para a comunidades, a qualificação de oito edifícios para profissionais da cultura, intercâmbio entre doze jovens artistas visuais, doze conferências, uma publicação científica e um fotolivro, bem como a participação de cem profissionais e mais de 45.000 cidadãos, particularmente de grupos desfavorecidos em zonas suburbanas.
Cabe ao CHAIA, da UÉ, atuar no domínio da intervenção artística no Teatro, Património e Comunidade e nas Artes Sociais, enquanto que o Centro de Investigação em Educação e Psicologia (CIEP), igualmente da academia eborense, atuará no âmbito da promoção da investigação e da construção do conhecimento nos domínios das Ciências da Educação e da Psicologia, bem como da sua posterior transferência para a comunidade.
A UÉ está, ainda, incumbida da avaliação do projeto, sendo o parceiro responsável pelo acompanhamento, supervisão e avaliação das atividades de envolvimento cívico com os cidadãos e de reforço das capacidades com profissionais, bem como pela organização de um seminário de divulgação do projeto em Portugal, e pela publicação científica final que incluirá os resultados da avaliação e os resultados metodológicos do projeto.
Em Portugal, além da UÉ, o projeto conta com o apoio da Câmara Municipal de Évora, da Fundação Eugénio de Almeida, da Direção Regional de Cultura do Alentejo, da Malvada Associação Artística, da TEATRUBI Associação Cultural e dos Municípios de Covilhã, do Fundão, de Manteigas e de Gouveia.