Decorreu no dia 21 de janiero de 2022, na Sala dos Docentes da Universidade de Évora, a sessão comemorativa dos 100 anos da descoberta da insulina na qual foi também inaugurada a exposição itinerante “Uma visita à História da diabetes no centenário da descoberta da insulina”, patente no corredor da sociologia, no Colégio do Espírito Santo, até dia 4 de fevereiro de 2022.
A descoberta da insulina em 1921 por dois cientistas canadianos da Universidade de Toronto, Frederik Banting e Charles Best, representou um marco memorável no tratamento da diabetes que tem permitido dar mais autonomia às pessoas com esta doença crónica, o que demonstra o papel da Ciência na resolução e mitigação de problemas à escala global.
“A Universidade de Évora tem Conhecimento, tem massa crítica e capacidade instalada para propor soluções, e faz esforços diários para que isso aconteça. Acreditamos que juntos fazemos mais e melhor e privilegiamos, na nossa estratégia, a cooperação e as parcerias interinstitucionais para promover a reflexão, estimular o conhecimento, o debate sobre questões societais transversais e criar redes que alicercem soluções”, assinalou Ana Costa Freitas, Reitora da UÉ.
No entanto, atualmente, em pleno século XXI, e após cem anos deste acontecimento que se viu traduzido num Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia para a equipa de investigação, ainda são inúmeros os desafios que existem pela frente, relacionados com as desigualdades de acesso à insulina e a meios tecnológicos mais avançados para tratar a diabetes. “A insulina era muito cara naquela altura, mas atualmente ainda o é, morrem muitos pessoas por falta de acesso à mesma”, realça Luís Gardete Correia, presidente da Fundação Ernesto Roma, entidade promotora desta exposição.
Desigualdades estas que se agudizam em regiões do interior do país, não só pela dificuldade de acesso aos serviços como também pelos desafios demográficos a ela associados, como é exemplo o envelhecimento da população. “A crise multissetorial decorrente da pandemia por COVID-19 veio expor ainda mais as desigualdades já existentes, mas, teve o condão, se me é permitida a expressão, de colocar a saúde e a segurança sanitária no centro das prioridades. Neste sentido, tudo o que possamos fazer por esta região é pouco, tantos que são os desafios. Daí o apelo permanente da Universidade de Évora à cooperação, à união de esforços entre entidades competentes, ao escutar atento e ao envolvimento da sociedade civil”, sublinha a Reitora da UÉ.
“Apesar da região do Alentejo dispor de recursos humanos qualificados nesta área, a formação dos profissionais e dos doentes é sempre uma mais valia para o combate à diabetes, não só na sua prevenção, mas também na promoção de estilo de vida saudáveis”, acrescenta Margarida da Silveira, vogal do Conselho de Direção da ARS Alentejo.
E é com o objetivo de contribuir para a capacitação de recursos humanos na área da diabetes que João Nabais, docente do Departamento de Ciências Médicas e da Saúde da UÉ e Vice-Presidente da Federação Internacional da Diabetes desde 2019, apresentou durante a sessão o Programa de Liderança em Diabetes, criado a com o objetivo de “preparar jovens adultos com diabetes para serem não só os líderes do futuro, mas também do presente e serem pessoas ativas na sociedade. Queremos fortalecer os grupos de jovens com diabetes”, destacou. Prevê-se que o período de candidaturas para este programa que integra áreas como a advocacia política, gestão de redes sociais, entre outras, e que contará com uma forte componente ligada à prática desportiva, em colaboração com o Departamento de Saúde e Desporto da UÉ, decorra de 3 a 7 de setembro de 2022, aberto a todos os jovens adultos na faixa etária dos 18 aos 30 anos, com qualquer tipo de diabetes.
Fonte: Univbersidade de Évora