Carros amontoados, ruas intransitáveis, locais em que o nível das águas subiu dois metros tendo submergido viaturas que estavam nas garagens.
“Foi este o cenário devastador que encontrámos na periferia de Valência”, relata o escuteiro de Évora António Nabeiro, que desde a madrugada de segunda-feira está em Valência a ajudar as famílias afetadas pelas cheias, ao lado do Filipe Nabeiro, ambos pertencentes ao Agrupamento 320.
A indignação pública está a aumentar devido à tragédia que matou pelo menos 217 pessoas, dezenas de outras ainda não foram encontradas, na região de Valência. Os esforços de limpeza prosseguem, depois de a região ter sofrido as piores inundações das últimas décadas.
António Nabeiro assume, inclusivamente, que “a realidade ultrapassou a ficção”, alertando que as imagens que nos têm chegado são manifestamente insuficientes para retratar o caos que se encontra no terreno.
“Pessoas que perderam tudo o que tinham. Ainda há tanto para limpar, há tanto trabalho para fazer. Mas o pior será recuperar a parte psicológica de quem perdeu tudo”, relata o chefe do Agrupamento de Évora, que se deslocou para o terreno apoiado pelos Salesianos, ao volante de uma carrinha cheia de mantimentos rumo a Espanha.
António Nabeiro destaca que o Agrupamento 320 mantém relações estreitas com um outro agrupamento de escuteiros de Valência, o que tem facilitado a integração dos dois elementos alentejanos entre as equipas que ao longo destes dias não têm tido mãos a medir para que a vida regresse à normalidade possível no mais curto espaço de tempo.