O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), disponibilizou hoje o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 13.256 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 297 concelhos de Portugal.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm vindo a ser analisadas uma média de 601 sequências por semana desde o início de junho de 2021. De acordo com o relatório do INSA, esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 118 concelhos por semana.
Entre as novas sequências analisadas, a variante Delta (B.1.617.2) é a variante mais prevalente em Portugal com uma frequência relativa de 98.3% na semana 29 (19 a 25 de julho), estando acima de 95% em todas as regiões. Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 62 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike (sublinhagem AY.1). Esta sublinhagem tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1% desde a semana 24 (14 a 20 de junho), tendo sido detetados 6 casos durante o período das semanas 28 (12 a 18 de julho) e 29.
O relatório de diversidade genética do SARS-CoV-2 indica também que a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respetivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente. Ambas apresentaram uma frequência de 0,4% na semana 29, de acordo com os dados apurados até à data. Não se detetaram novos casos da variante Lambda (C.37), a qual apresenta circulação vincada nas regiões do Peru e do Chile.
Entre outras variantes de interesse (VOI – variants of interest) em circulação em Portugal, destacam-se as variantes B.1.621 (detetada inicialmente na Colômbia) e Eta (B.1.525) (detetada inicialmente na Nigéria), as quais apresentam mutações na proteína Spike, que são partilhadas com algumas das variantes de preocupação (VOC – variants of concern). Estas variantes apresentam uma baixa frequência em Portugal, tendo sido detetadas abaixo de 0,8% (B.1.621) ou 0,3% (Eta B.1.525) desde a semana 25 (21 a 27 de junho).
A partir de junho, o INSA adotou uma nova estratégia de monitorização contínua da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal, a qual assenta em amostragem semanais de amplitude nacional. Esta abordagem permitirá uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises.