Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgou, esta terça-feira, o relatório sobre a situação da diversidade genética do novo coronavírus, referente à semana passada. Até à data, foram analisadas 11.929 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 295 concelhos de Portugal.
De acordo com o relatório, a variante Delta (B.1.617.2) é a estirpe “mais prevalente em Portugal com uma frequência relativa de 94.8%, mantendo-se dominante em todas as regiões” do país. Quanto à variante Delta Plus, que apresenta a mutação adicional K417N na proteína Spike (sublinhagem AY.1), continua a ter sido apenas identificada em 56 casos, até ao momento, não tendo sido detetado nenhuma destas infeções nas últimas duas semanas.
No que diz respeito a outras variantes, o relatório indica também que a frequência das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas à África do Sul e ao Brasil (Manaus) respetivamente, “mantém-se baixa e sem tendência crescente”. No caso da estirpe sul-africana, não foi identificado nenhum contágio nas últimas duas semanas e quanto à variante de Manus a frequência desta estirpe foi de 0,4% nos últimos 15 dias.
Também não foram detetados novos casos da variante Lambda (C.37), que circula maioritariamente no Peru e do Chile.
Entre outras variantes de interesse (VOI – variants of interest) em circulação em Portugal, destaca-se a variante/linhagem B.1.621 (detetada inicialmente na Colômbia), a qual apresentou uma frequência relativa à volta de 1% entre as semanas 22 e 25 e, com base nos dados apurados até à data, parece verificar-se um decréscimo da sua frequência relativa, tendo sido detetada a 0.2% e a 0.0% nas semanas 26 e 27, respetivamente. Esta variante de interesse apresenta várias mutações na proteína Spike, que são partilhadas com algumas das variantes de preocupação (VOC – variants of concern).
A partir de junho, o INSA adotou uma nova estratégia de monitorização contínua da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal, a qual assenta em amostragem semanais de amplitude nacional. Esta abordagem permitirá uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal.