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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Vila Viçosa: “A Revista de Cultura já se pode considerar um monumento de papel porque já é uma referência, tem sido um instrumento para investigadores e estudiosos”, diz Manuel Condenado no lançamento do número 23 da “Callipole” (c/som e fotos)

O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Vila Viçosa recebeu no passado domingo, dia 22 de maio, o lançamento do número 23 da Revista de Cultura “Callipole”.

 A Revista de Cultura “Callipole”, fundada em 1993, pela Câmara Municipal de Vila Viçosa tem abordado ao longo de cerca de duas décadas, várias temáticas ligadas ao foro artístico, histórico e social do concelho, de modo a enaltecer e divulgar o património calipolense.

A Rádio Campanário acompanhou a sessão e esteve à conversa com o presidente do município, Manuel Condenado, que destacou a importânica da “Callipole” para o concelho, afirmando que “na nossa Revista de Cultura escreveu-se grande parte da história local e regional”. Acrescenta que “a revista também está aberta a colaborações de estrangeiros e de facto alguns estrangeiros, nomeadamente espanhois têm escrito na revista”.

Salienta ainda que “a Revista de Cultura já se pode considerar um monumento de papel porque já é uma referência, têm sido um instrumento para investigadores e estudiosos”. Garantindo ainda que “é um projeto editorial da Câmara Municipal de Vila Viçosa que já tem raízes, que é sustentável e que  é para continuar”.

Segundo o diretor da Revista de Cultura “Callipole”, Licínio Lampreia “é uma honra muito grande fazer parte deste projeto editorial tanto pelo número de pessoas que colaboram, mas sobretudo por se tratar de uma revista cujo objetivo principal é a divulgação de obras relacionadas com Vila Viçosa, assinadas por jovens calipolenses e cuja temática incide sobre Vila Viçosa”. Realça que “a “Callipole” neste momento é um verdadeiro tesouro de papel”.

Instado a comentar o carater formativo da Revista de Cultura , o diretor referiu- nos que “uma das caraterísticas da revista “Callipole” é que ela está aberta a colaboração, sem fronteiras científicas, ideológicas ou a outro tipo de fronteiras, o que de certa maneira incentiva como aconteceu recentemente com a renovação do Conselho de Redação, que foi renovado há pouco tempo com a entrada de jovens calipolenses”.

Quanto ao critério editorial, Licínio Lampreia, expressou que “ nós procuramos que a revista esteja sempre associada a um acontecimento importante de Vila Viçosa, nessa medida o alinhamento da revista é feito precisamente dessa efeméride com fortes ligações a Vila Viçosa, a partir daí são debatidos os temas, os autores e começa-se o processo de elaboração, praticamente a “Callipole” não termina hoje, começa hoje com mais um número”.

Para o antigo diretor da revista, Joaquim Saial “ não há dúvida nenhuma que é um caso muito raro em termos de Revista de Cultura, são vinte e três anos contínuos sem nenhuma interrupção, sem nenhum percalço girando tudo muito entre os colaboradores e a entidade que a patrocína que é a Câmara Municipal de Vila Viçosa”. Sublinha que “no meu caso durante seis anos dirigi a revista e foi um grande gosto, entretanto, a coisa tornou-se complicada porque tinha outros trabalhos para fazer e acabei por passar esse cargo a uma pessoa que merece toda a confiança e que tem feito um trabalho extraordinário”.

Adianta que nunca deixa de vir aos lançamentos da revista, “desde que escrevo nela, acho que neste momento sou a única pessoa viva que escreveu em todos os números e nalguns casos mais do que uma vez”.

No que concerne ao processo evolutivo da “Callipole”, Joaquim Saial, frisou que “fomos três diretores cada um tinha o seu ponto de ver a revista mas apesar de ter havido uma ou outra alteração não alteraram o corpus da revista, a sua qualidade e a sua função que é sobretudo  divulgar a história e cultura de Vila Viçosa, embora também tenha outras vertentes regionais, nacionais e até internacionais”.

A esta Estação Emissora o antigo diretor revelou que julga “que o que esta revista tem de mais especial é o facto de todas as pessoas trabalharem gratuitamente com gosto sendo que os diretores nunca auferiram nada, os colaboradores nunca auferem nada (…) mas sei que não há falta de textos, nunca houve muito pelo contrário este ano houve textos que ficaram de fora”.

O investigador e professor inglês da Universidade Nova de Lisboa, David Cranmer, que colaborou nesta edição e publicou um artigo sobre o espólio musical do Santuário da Nossa Senhora da Conceição assegurou que “esta publicação é o resultado de um inventário que fiz há alguns anos que descreve um espólio com partituras entre século XVIII ao XX, de origem internacional, nacional e local”. Frisando que “obviamente que há neste espólio musical uma tendência pela música Sacra, em destaque pela Nossa Senhora da Conceição, mas também há outras músicas que não têm nada a ver com o Santuário e que um ou outro músico terá deixado “.

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