O Duque D. Jaime e o exílio castelhano dos Bragança foi o tema central da visita temática realizada, no passado sábado (22 de setembro), ao Paço Ducal de Vila Viçosa, onde fora foi possível ver e compreender a primeira edificação erguida naquele local por ordem do 4º duque de Bragança.
No epicentro da palestra, D. Jaime, o 4º duque de Bragança, foi ele quem decidiu construir o primeiro edificado daquele que víria a ser o maior edifício civil e o mais importante do Renascimento em Portugal, o Paço Ducal de Vila Viçosa, explicou Maria de Jesus Monge, diretora do Museu Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança.
Na palesta, foi possível compreender “a formação que este jovem recebe em Castela”, pois os anos que passou do outro lado da fronteira foram “anos em que ele forma a sua personalidade, aprende o que faz dele um homem culto e letrado”, explicou diretora, não esquecendo “a gramática decorativa” que o duque aprendera, pois por ser o homem mais importante do reino tem “que fazer mais e melhor”, acrescentou.
Questionada sobre os motivos do exílio dos Bragança, Maria de Jesus Monge explica que foi motivado pelos “conflitos de interesses” da segunda dinastia. Sendo a primeira casa do reino, “vão tomar posição e é esse tomar de posição que depois custa a vida a D. Fernando II (pai de D. Jaime) que é então mandado decapitar em Évora”, acontecimentos que conduzem à “extinção da Casa Bragança e ao exílio” de todos os que estavam ligados aos mesmos.
“Por razoes completamente alheias é certo que as academias não têm pegado muito neste tema”
Com várias investigações recentemente apresentadas sobre o 4º duque de Bragança, a diretora do Museu explica os trabalhos realizados com a falta de estudos após a classificação do edifício como monumento nacional 1970 e “por razoes completamente alheias é certo que as academias não têm pegado muito neste tema”, acrescentou.
Na iniciativa foi possível visitar o primeiro edificado deste monumento, que hoje alberga a Armaria do Paço Ducal, que segundo Maria de Jesus Monge foi o uso agrícola destas casa que permitiu manter as estruturas, embora tenha “escondido e degradado” o espaço. Contudo, no início do século XX, segundo o que se escreve sobre o Paço dos Bragança, “já não há nada gótico e tudo o que era de D. Jaime desapareceu”, refere ainda.
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