Os feirantes que operam no Mercado Semanal de Vila Viçosa localizado junto aos Pelames protestaram, esta quarta-feira, 15 de junho,pela mudança do espaço para a realização do mercado.
Recorde-se que o Mercado Semanal foi , durante muitos anos, realizado no Largo Gago Coutinho mas de acordo com a deliberação da Câmara Municipal de Vila Viçosa, de 6 de Novembro de 2013, os mercados semanais e as feiras anuais passaram a ter lugar nos Pelames, uma decisão que na altura foi contestada pelos feirantes que se recusaram a realizar o primeiro mercado.
Com o objetivo de o Mercado Semanal regressar à vila, os feirantes solicitaram uma audiência com o presidente calipolense , Manuel Condenado.
Á Rádio Campanário o representante dos vendedores ambulantes, Liberto Sousa, esclareceu que devido à localização ,fora da vila, o mercado têm vindo a ressentir-se, revelando que “ as pessoas já não se dirigem ao mercado para fazer as suas compras porque é muito longe do centro da vila ”. Acrescentando que “ as vendas diminuem de dia para dia “.
No que concerne à reunião dos representantes dos feirantes com o edil adianta-nos que “ o senhor presidente diz que os largos estão todos ocupados, que não pode ceder nada”.
Questionado sobre se depois desta decisão serão preparadas outras ações para trazer de volta o mercado à vila, Liberto Sousa, referiu que a solução passa por “em princípio não haver mercado até o senhor presidente ter outra atitude e arranjar lugar para as barracas”.
Anunciando ainda que “convidamos a população em geral e arredores para fazermos um abaixo – assinado para ver se o presidente muda de ideias e traz mercado para a vila(…) perto da praça”.
Segundo o vice-presidente do município de Vila Viçosa, Luís Nascimento, “ a posição da Câmara é a mesma do que há dois anos atrás , nós temos um planeamento que é próprio, está pensado e o único espaço público que nós temos disponível para mercados é aquele que neste momento está a ser disponibilizado para os feirantes isto porque os outros três espaços públicos que nós temos que é o Terreiro do Paço, onde é impensável fazer feiras e mercados como é natural; o Largo Gago Coutinho que já tem um projeto de requalificação aprovado em reunião de Câmara que foi candidatado a fundos comunitários , a obra pode iniciar-se a qualquer momento e em relação ao Largo D. João IV que era uma outra hipótese que eles poderiam propor, nós também vamos aprovar amanhã um projeto de requalificação do largo “. Frisando que “ Vila Viçosa aprovou o Plano de Ação de Reabilitação Urbana ao abrigo de uma legislação que saiu recentemente e candidatamos a reabilitação destes espaços públicos para Vila Viçosa, até tendo em conta aquilo que tem o peso atual na vila que é a sua entrada na Lista Indicativa dos Bens da Comissão Nacional da UNESCO”.
Sobre o processo de negociações com os feirantes expressou que “ a Câmara apresentou uma proposta no sentido de poder propôr à Assembleia Municipal a redução das taxas que estão a ser praticadas , neste momento, nas feiras e nos mercados”. Salientando que “ os representantes dos feirantes não aceitaram esta proposta , portanto, vamos ver o que é que ocorre daqui em diante “.
Instado a pronunciar-se sobre o valor percentual da proposta da redução da taxa praticada, assegurou que “ fizemos uma primeira proposta de reduzir em 50 % o valor das taxas (…) um pouco para minimizar os prejuízos que têm mas aquilo que nós consideramos é uma coisa diferente , eu todas as semanas indago os funcionários que estão no mercado , temos tido entre 27 e 32 feirantes nos mercados e nas feiras e têm havido pessoal a dirigir-se ao mercado para fazer as suas compras”.
Para Luís Nascimento “ temos que ter em consideração que o poder de compra dos portugueses tem vindo a ser reduzido paulantinamente claro que a questão que colocam é no caso do mercado afirmando que têm havido uma redução de compradores e nós associamos essa redução de compradores ás dificuldades que foram criadas na redução do poder de compra dos portugueses”. Realçando que “ a informação que tenho é que tem havido sempre compradores e tendo em conta o nosso planeamento e aquilo que nós pensamos que é o mais indicado para Vila Viçosa , não podemos alterar a nossa posição”.
Asseverando ainda que “ os feirantes fizeram duas propostas que não fazem sentido nenhum, porque dizem que queriam ter o mercado numa zona central da vila e propõem que este se realize na zona terminal da linha de caminho de ferro que também é fora da vila, e uma outra proposta foi a de colocar o mercado no olival junto aos Bombeiros Voluntários, isso não faz sentido nenhum”. Frisando que “ nem sequer são espaços públicos, são espaços que são particulares e como tal a Câmara não pode tomar decisões , nem estava interessada em anuir numa proposta nesse sentido, como já referi anteriormente”.
Relativamente à possivel entrega de um abaixo-assinado, Luís Nascimento relembra que “ não é o abaixo-assinado que pode alterar o planenamento, para alterar estes planos tem que haver uma revisão dos planos e isso de imediato não é possível”.