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Vindima farta no Alentejo duplica o crescimento previsto no início do verão

Foto: Boa Cama, Boa Mesa

O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) estima uma queda de 3% na produção de vinho nacional neste ano, uma redução que coincide com as previsões avançadas em julho, ainda antes da vindima. No entanto, a análise das declarações de colheita e produção, cuja entrega terminou a 15 de novembro, veio mostrar que há mais regiões com menos vinho nesta vindima do que o que se esperava inicialmente e que, nas poucas em que cresce, o aumento é mais significativo do que o previsto.

Os dados são do IVV e baseiam-se na análise das declarações já submetidas, até 19 de novembro, e que mostra uma produção total de 6,271 milhões de hectolitros de vinho, ligeiramente abaixo dos 6,287 milhões previstos em julho.

Porém, o IVV reforça que esta é ainda uma “primeira avaliação” e que estes dados ainda serão atualizados, “devido às declarações que estão a ser submetidas fora do prazo”.

Em Portugal continental, apenas quatro regiões demarcadas deverão registar crescimentos, em vez das sete previstas inicialmente. Afinal, os vinhos verdes devem, com base nos últimos dados, ficar-se por uma produção em linha com a do ano passado, da ordem dos 817 mil hectolitros, enquanto a península de Setúbal e o Algarve, onde eram esperados aumentos de 5% e de 15%, respetivamente, estão com quebras de 6% e de 10%. São esperados 471 mil hectolitros em Setúbal, menos 33 mil do que no ano passado, e 13 mil hectolitros no Algarve, menos mil do que na campanha anterior.

A Norte de Portugal é onde se registam as maiores quebras: região do Douro vai ter uma quebra de mais de 400 mil hectolitros, o que corresponde a uma quebra de 26% em relação ao ano passado.

Contrariamente, Lisboa vai, mais uma vez, produzir mais do que o Alentejo, esperando-se um aumento de 24%, bem acima dos 5% inicialmente previstos, para 1,226 milhões de hectolitros. O Alentejo mais do que duplica o crescimento previsto no arranque do verão e está, agora, com uma produção de 1,130 milhões de hectolitros, mais 13% do que na vindima do ano passado.

Nesta semana, no fórum da ViniPortugal, foram conhecidos os dados das vendas de vinhos no mercado nacional, que acumulam uma quebra de 10,9% em volume e de 24,2% em valor. No total, nos primeiros nove meses do ano, foram vendidos menos 189 milhões de euros em vinho, fruto da falta de turistas e das limitações na restauração, setor que acumula quebras de quase 47%, quer em valor quer em volume. Nas exportações, os vinhos estão com um crescimento de 2,43% até setembro, que aponta para novo recorde na frente externa em 2020, mas que fica longe de compensar as perdas em território nacional.

Para atenuar os efeitos da pandemia, o setor contou com um pacote de medidas de crise no valor de 18 milhões de euros, dos quais 12 milhões para a destilação de vinhos e seis milhões para apoiar o armazenamento de crise. No total, foram aprovadas 382 candidaturas, no montante global de 11 milhões. No Fórum Anual da ViniPortugal, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou que Portugal, em conjunto com os outros Estados membros, está a avaliar com a Comissão Europeia a possibilidade de prorrogar, para 2021, as medidas excecionais de apoio para as empresas afetadas pela covid-19.

 

(Fonte: DN)

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