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Violência doméstica representa 88 % dos pedidos de ajuda à APAV no Alentejo (c/som)

A violência doméstica é a principal causa de queixa e pedidos de ajuda à Associação de Apoio à Vítima (APAV), que no ano de 2017, representou a esmagadora maioria dos processos (88%) abertos no gabinete do Alto Alentejo da organização.

Tal como o relatório anual divulgado esta terça-feira (27 de Maço) pela APAV, também no Alentejo estre crime afeta “maioritariamente mulheres acima dos 55 anos de idade, casadas, têm filhos, estão a trabalhar, têm a escolaridade básica e vivem com o agressor”, revelou Alexandra Gaio da organização que opera desde maio do ano passado no distrito de Portalegre.

Através do trabalho realizado em 8 dos 15 municípios do distrito, foram abertos “70 processos, identificamos 219 crimes e outras formas de violência e apoiamos 69 vítimas” na APAV, revelou Alexandra Gaio, realçando que por ser um gabinete recentemente criado recentemente, os números ainda são “modestos e antecipar uma comparação com anos transatos pode ser precipitado”.

Ainda assim, curiosamente, o gabinete do Alto Alentejo “é um dos que mais contactos presenciais têm por parte das vítimas”, referiu Alexandra Gaio, embora os contactos via telefone ou internet sejam “cada vez mais”, mas uma esmagadora maioria tem sido por contacto presencial”, pois é um dos únicos gabinetes com “itinerância”.

Questionada sobre o voluntariado, a responsável reconhece que é “fundamental alargar a equipa” para chegar mais longe no distrito, “sobretudo nas áreas da psicologia e direito que são as duas áreas predominantes de apoio”.

Tendo em conta a dispersão populacional no Alentejo, Alexandra Gaio considera que os números apresentados “ainda não” são alarmantes, embora ressalve que as “ocorrências ou outros dados referentes ao crime em geral, de facto, existem”, e para isso, é fundamental o “trabalho em rede” com as entidades municipais e forças de segurança para identificar os casos.

Se a violência doméstica é responsável pela esmagadora maioria dos processos, os crimes contra o património surgem como “subsequentes” da violência conjugal, realçando que os dados “refletem cada vez menos tolerância para esse tipo de crime”, uma vez que “as pessoas estão cada vez mais informadas que têm direito de optar por uma vida diferente”, sublinhou a responsável.

Em 2017, os técnicos da APAV fizeram 40.928 atendimentos, sendo que 16.033 diziam respeito a casos de violência doméstica no país, segundo dados do Relatório Anual de 2017 divulgado pela associação, representando três em cada quatro atendimentos (75,7%).

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