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Volta ao Alentejo: O ‘regressado’ Fernández ficaria feliz por repetir “êxitos anteriores”

Delio Fernández reencontrou a “pequena grande família” do ciclismo português no seu regresso ao pelotão nacional, após seis épocas em França, e gostava agora de “repetir os êxitos anteriores”, nomeadamente o pódio na Volta a Portugal.

“Portugal, para mim, já quase é uma segunda casa, porque estive aqui muitos anos e pela proximidade com a Galiza. Estou contente por continuar a minha vida desportiva e, nestes últimos anos [como profissional], poder estar aqui, numa equipa portuguesa, com colegas da região, outros galegos como o [Alejandro] Marque e o Samuel [Blanco]. Sinto-me confortável e contente por estar aqui”, revelou o ciclista do Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel.

Embora tenham passado seis temporadas desde que abandonou o pelotão nacional para rumar a França, onde representou a Delko, da segunda divisão do ciclismo mundial, parece que o galego de 36 anos nunca saiu de cá.

“Ainda aqui [na Volta ao Alentejo], corredores com quem ainda não tinha coincidido neste meu regresso vieram dar-me as boas-vindas. Por isso, é que me sinto bem recebido. O ciclismo português é uma pequena grande família, em que todos nos conhecemos e é uma forma diferente de fazer ciclismo”, notou, em declarações à agência Lusa.

A aventura francesa de Fernández terminou de forma abrupta, com o colapso da Delko, depois de “um último ano que não foi fácil”, em que “a equipa reduziu os gastos e os corredores começaram a sentir que as coisas não estavam a correr bem”, apesar de “nas corridas não faltar nada” aos ciclistas.

“Percebíamos as dificuldades que a equipa estava a ter e era previsível este final. Todos tínhamos a esperança que a equipa pudesse continuar, eu ainda tinha um ano de contrato, e a minha intenção era ficar. Não foi assim, correu de outra maneira, e há que continuar”, afirmou, apontado “uma má gestão” como decisiva para o triste desfecho do projeto.

Terceiro classificado na Volta a Portugal de 2014 e quarto no ano seguinte, o ciclista de Moaña nega ter dado um passo atrás na carreira, embora a Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel esteja “um escalão abaixo” da sua antiga formação.

“O importante é continuar. Levo muitos anos como ciclista profissional e, se calhar, agora também gostava de estar mais tranquilo, perto de casa, com um calendário menos exigente, mais descontraído, e mais centrado na Volta a Portugal. Acho que isso também vai ajudar a prolongar a minha vida desportiva”, estimou.

Único elemento do quarteto de galegos que ‘reinou’ na Volta a Portugal na última década e meia – o pentacampeão David Blanco, o bicampeão Gustavo Veloso e Alejandro Marque, o vencedor de 2013 – a não figurar no palmarés da prova ‘rainha’, Fernández admite que gostava de subir ao lugar mais alto do pódio, ressalvando, contudo, que o seu tempo passou.

“Acho que, neste momento, há outros corredores mais fortes em Portugal, mais candidatos do que eu. Se tudo correr bem, acho que posso estar perto e no grupo da frente. Mas falar de ganhar a Volta a Portugal já é algo ‘maior’. Vamos passo a passo. Falar de ganhar a Volta é algo que ainda está muito longe. Claro que gostamos de ganhar, mas há que ser realistas”, concedeu.

O corredor, que em Portugal representou o Boavista (2011-2012) e a W52-Quinta da Lixa (2013-2015), depois de ter dado as primeiras pedaladas na galega Xacobeo-Galicia, lembrou que já esteve a discutir a Volta, “no pódio”, ganhou etapas (uma em 2013 e duas, no alto do Larouco e na Torre, em 2015), pelo que ficaria satisfeito “só com repetir os êxitos” da sua anterior etapa no ciclismo português.

“Já seria bom. Não descarto nada, vou dar o melhor, mas não sei onde irei estar. Atualmente, o ciclismo português e o pelotão português são muito competitivos, há muitos corredores fortes e que em princípio são mais favoritos”, sustentou.

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